Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Série ‘Killing Eve’ explora obsessão mútua entre heroína e vilã

Em sua terceira temporada, o peculiar thriller soma oito indicações ao Emmy com sua trama sobre a relação entre uma agente do MI6 e uma psicopata

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 15h37 - Publicado em 21 ago 2020, 06h00

Em uma belíssima mansão na Toscana, na Itália, a estonteante Villanelle (Jodie Comer) se mistura entre os convidados de uma festa. Ela atrai para um dos quartos o patriarca da família. A loira de olhos castanhos esverdeados passa os dedos pela colcha de seda que cobre a cama e pergunta de que marca é — ao que ele, ainda enfeitiçado, balbucia o nome da grife. Tão logo obtém a informação, a moça lentamente tira o prendedor do cabelo. O adereço pontiagudo esconde um veneno, e ela o usa para apunhalar violentamente o olho do homem desavisado. A fria e sorridente assassina de aluguel já tem um fim para parte de seu pagamento: comprará elegantes e exclusivíssimos lençóis de seda. Assim Villanelle, alcunha afrancesada que oculta a real identidade da russa Oksana Astankova, se apresenta na primeira temporada da série Killing Eve. Com uma aflitiva crueldade, que só compete em fervor com sua paixão por roupas caras, a jovem psicopata não demora a cair no radar de Eve Polastri (Sandra Oh), agente que ascende do serviço de inteligência britânico MI5 a seu correspondente internacional MI6, em Londres. Hipnotizada pelas habilidades da assassina, Eve se enrola numa sangrenta e autodestrutiva espiral para capturá-la. A finalidade é subvertida na jornada, como indica a terceira temporada da série, que acaba de chegar ao Brasil pela Globoplay: se a vilã for de fato detida, a heroína perde parte de sua razão de existir.

Lançada em 2018, Killing Eve renova a dinâmica da relação “gato e rato”, formato da ficção criminal que encontra exemplos clássicos em personagens como Sherlock Holmes e seu eterno rival Moriarty (leia quadro). Nesse tipo de roteiro, a tensão entre heróis e vilões não é propriamente a busca da vitória, mas a caçada que se transforma em uma espécie de jogo de sedução perigoso, envolvendo desde admiração e parceria até atração sexual. Killing Eve transita desinibida por todas as opções disponíveis. A imprevisível e criativa trama tem assegurado não só sua longevidade, como também um acúmulo de prêmios: a terceira temporada soma oito indicações ao Emmy. Duas afinidades de potencial explosivo garantem tal sucesso. A primeira delas é a afiada atuação da ambígua dupla de protagonistas: Villanelle tem feições angelicais, mas é monstruosa e vazia; Eve é brilhante, mas atrapalhada e insubmissa. Nos bastidores está o segundo segredo da série: a sagacidade da roteirista inglesa Phoebe Waller-­Bridge (de Fleabag) se soma à ousadia de Luke Jennings, criador da trama. Devoto de Ian Fleming e John le Carré, o escritor — inglês como seus ídolos — verteu a fórmula dos romances de espionagem em uma série de novelas curtas, lançada em 2014 de forma independente e reunida recentemente no livro Codinome Villanelle.

+ Compre o livro Codinome Villanelle

Os acertos da série vão da mistura de humor e terror psicológico até a aposta num elenco feminino luxuoso. A veterana do teatro britânico Fiona Shaw faz uma chefona do MI6. A terceira temporada é reforçada por duas outras mulheres. A francesa Camille Cottin surge como Hélène, uma das cabeças da organização criminosa global Os Doze, que patrocina Villanelle — em determinada cena, ela se divide entre a maternidade e uma reunião com duas assassinas. Já Harriet Walter, que também brilha em Succession, é Dasha, ex-atleta e assassina da KGB. Expulsa da ex-União Soviética, ela dá aulas de ginástica olímpica para crianças em Barcelona, enquanto mantém hábitos letais acobertados pela aparência de septuagenária. Em Killing Eve, enfim, nem tudo que parece cômico e inofensivo de fato é.

OPOSTOS QUE SE ATRAEM
A relação ao estilo “gato e rato” criou embates memoráveis na ficção

Sherlock E Moriarty na série -
SHERLOCK HOLMES E MORIARTY – (//Divulgação)

Sherlock Holmes e Moriarty
A solidão da genialidade leva o detetive e o vilão criados por Arthur Conan Doyle (1859-1930) a um instável vínculo, que se equilibra entre a admiração e o ódio. A dupla foi vivida com brilho recentemente por Benedict Cumberbatch e Andrew Scott na série Sherlock

Continua após a publicidade

+ Compre o box de Sherlock Holmes

FILME BATMAN 622.jpg
BATMAN E CORINGA – (//Divulgação)

Batman e Coringa
Pesadelo que assombra o Homem-Morcego, o palhaço criminoso surgiu na primeira revista em quadrinhos do herói, em 1940. De lá para cá, não o deixou em paz. Em Batman: o Cavaleiro das Trevas (2008), a disputa atinge a perfeição com Christian Bale e Heath Ledger

+ Compre o box Batman – A Piada Mortal

.
CLARICE E HANNIBAL – (//Divulgação)
Continua após a publicidade

Clarice e Hannibal
Em O Silêncio dos Inocentes, a psiquiatra vivida por Jodie Foster no filme de 1991 estabelece laços incomuns com o psicopata (Anthony Hopkins). O jogo de sedução ajuda Clarice na caçada a outro serial killer — mas torna-se perigoso quando o soturno canibal escapa da prisão

+ Compre o livro O Silêncio dos Inocêntes

SERIADO LUTHER 373.jpg
LUTHER E ALICE – (//Divulgação)

Luther e Alice
O detetive vivido por Idris Elba na série Luther (2010-2019) logo percebe que a “vítima” Alice Morgan (Ruth Wilson), na verdade, é a assassina dos próprios pais. Brilhante, ela não deixa rastros. À espera de um escorregão, ele se rende à moça, e o antagonismo vira parceria

VEJA RECOMENDA | Conheça a lista dos livros mais vendidos da revista e nossas indicações especiais para você.

Continua após a publicidade

Publicado em VEJA de 26 de agosto de 2020, edição nº 2701

CLIQUE NAS IMAGENS ABAIXO PARA COMPRAR

Série ‘Killing Eve’ explora obsessão mútua entre heroína e vilãSérie ‘Killing Eve’ explora obsessão mútua entre heroína e vilã
Continua após a publicidade

Codinome Villanelle

Série ‘Killing Eve’ explora obsessão mútua entre heroína e vilãSérie ‘Killing Eve’ explora obsessão mútua entre heroína e vilã
Sherlock Holmes
Série ‘Killing Eve’ explora obsessão mútua entre heroína e vilãSérie ‘Killing Eve’ explora obsessão mútua entre heroína e vilã
Batman – A Piada Mortal
Continua após a publicidade
Série ‘Killing Eve’ explora obsessão mútua entre heroína e vilãSérie ‘Killing Eve’ explora obsessão mútua entre heroína e vilã
O Silêncio dos Inocêntes
logo-veja-amazon-loja

*A Editora Abril tem uma parceria com a Amazon, em que recebe uma porcentagem das vendas feitas por meio de seus sites. Isso não altera, de forma alguma, a avaliação realizada pela VEJA sobre os produtos ou serviços em questão, os quais os preços e estoque referem-se ao momento da publicação deste conteúdo.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.