Ryuichi Sakamoto: ator e compositor deixa uma obra que influencia gerações
Japonês que ganhou o Oscar pela trilha sonora de O Último Imperador morreu de câncer na última semana
O mundo perdeu um dos grandes compositores da atualidade, o japonês Ryuichi Sakamoto, que morreu de câncer na última terça-feira, 28. Ele tinha 71 anos de idade e a morte foi confirmada em suas redes sociais. O músico tinha um câncer avançado que se transformou em uma metástase. Primeiro, o câncer atingiu sua garganta, em 2014, e depois ele teve câncer no cólon, em 2021.
Sakamoto ganhou em 1987 o Oscar de melhor trilha sonora original do filme O Último Imperador, do cineasta italiano Bernardo Bertolucci, junto com outros dois compositores de renome: Cong Su e David Byrne, o criador da banda Talking Heads. A trilha sonora receberia ainda o Globo de Ouro e o Grammy. O compositor também atuou no filme.
Para além das composições, as participações no cinema, inclusive, tornaram-se frequentes para Sakamoto. Um dos filmes em que atuou foi ao lado do cantor britânico David Bowie, no filme Merry Christmas, Mr. Lawrence, de 1983, do cineasta japonês Nagisa Oshima. Aqui no Brasil, o filme ganhou o nome de Furyo: Em Nome da Honra. O ator vivia o personagem Capitão Yonoi, que mantinha uma relação de sedução e ódio com o Major Jack, papel entregue por Oshima ao cantor David Bowie.
Sakamoto tinha uma formação sólida. No início da década de 70, estudou na Universidade Nacional de Tóquio de Belas Artes e Música. Foi bacharel em composição e mestre em músicas eletrônica e étnica. No final da década de 70, Sakamoto alçou o topo da parada britânica com a música Firecracker, que influenciou toda uma geração techno.
O compositor influenciou também toda a geração de hip hop. É dele o álbum B-2 Unit. A música Riot in Lagos inspirou artistas de todos os ritmos eletrônicos. No início da década de 90, trabalhou com produções do espanhol Pedro Almodóvar e, de novo, Nagisa Oshima. É dessa época as produções para De Salto Alto e Tabu. Além disso, Sakamoto fez produções para o cineasta norte-americano Brian de Palma. Em 95, fez shows com Caetano Veloso e com Gilberto Gil e, em 2012, fez uma apresentação em São Paulo. O compositor e ator deixou 4 filhos. E belíssimas músicas.