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Rob Halford, vocalista da Judas Priest: “Assuma quem você é”

Aos 71 anos, cantor conta o segredo para permanecer na estrada há mais de cinquenta anos — e fala sobre o desafio de se revelar gay no mundo do rock pesado

Por Felipe Branco Cruz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 11h00 - Publicado em 17 dez 2022, 08h00

O senhor lidera há mais de cinco décadas o Judas Priest, uma das maiores bandas de heavy metal — e se revelou gay no meio dessa trajetória. O rock pesado superou o preconceito? Não totalmente. O ambiente no heavy metal é muito melhor hoje. Sou aceito quando estou no palco, e a comunidade metaleira tornou-se mais inclusiva. Mas ainda temos um longo caminho a percorrer. Sinto que, desde que me assumi, as coisas melhoraram, mas ainda não 100%.

Para seus fãs, o senhor é o “deus do metal”. Como foi a resposta deles quando se revelou homossexual? Foi linda. Eu estava afastado do Priest porque tinha o pressentimento de que poderia prejudicar a banda. Gostaria de ter feito antes, mas era difícil devido à indústria musical da época. Agora, digo para qualquer um que esteja pensando em expor sua sexualidade: não espere. Não seja prisioneiro em sua própria vida. Assuma quem você é, e assim verá quem realmente o ama.

Há dez anos, o Judas Priest anunciou a turnê de despedida, mas vocês continuam na estrada e farão show no domingo 18 em São Paulo, no festival Knotfest. Por que desistiram de se aposentar? Cogitamos parar porque é preciso estar totalmente comprometido com o trabalho na banda. Dedicação, paixão, desejo — isso faz parte da equação. Mas eu sempre digo que o principal objetivo, e a razão pela qual continuamos na estrada, é que nossos fãs querem que façamos isso. Temos um relacionamento incrível com eles em todo o mundo, particularmente no Brasil. É nossa maior motivação.

O Judas Priest está em turnê com a banda Pantera — cujo cantor, Phil Anselmo, já foi criticado por fazer gestos nazistas em um show. Tocar ao lado deles não o incomoda? Espelho-me no papa João Paulo II, que foi até a prisão onde estava o homem que tentou assassiná-lo e o perdoou. Se você carrega negatividade e ódio, isso só lhe fará mal. Rejeito o nazismo, rejeito o antissemitismo e sei como é ser discriminado. Phil é um bom amigo, amoroso e apaixonado pela música.

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O senhor hoje se tornou um ativista da causa LGBTQIA+. O que pensa da perseguição aos gays por regimes de extrema direita ou pautados pelo fundamentalismo religioso? Odeio quando a política é usada contra pessoas como eu por líderes que só criam raiva e medo na população. É uma coisa terrível. Sou cristão e penso que a religião é sobre amor, paz e aceitação.

Publicado em VEJA de 21 de dezembro de 2022, edição nº 2820

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