Cultura

Polícia italiana desmantela esquema de falsificação de obras de arte

Peças falsas eram atribuídas a artistas como Pablo Picasso, Banksy, Andy Warhol e mais

Por Mariana Carneiro SEGUIR SEGUINDO 12 nov 2024, 18h49

Obra 'Mulher com boina e vestido xadrez' (Marie-Thérèse Walter), de 1937, pintada por Pablo Picasso - 22/02/2018 (Daniel Leal-Olivas/AFP)

A polícia italiana desmantelou uma rede de falsificação de obras de arte que produzia e vendia peças atribuídas a alguns dos nomes mais famosos da arte mundial, como Pablo Picasso, Banksy, Andy Warhol e mais. Cerca de 38 pessoas estão sendo investigadas na Itália, Espanha, França e Bélgica sob suspeita de conspiração para manejar itens roubados, falsificação e venda ilegal de obras de arte, revelaram o gabinete da Promotoria de Pisa e o esquadrão de arte da polícia italiana em um comunicado conjunto emitido na segunda-feira, 11.

A operação teve início em 2023, quando 200 obras falsas foram apreendidas da coleção de um empresário em Pisa, cidade na região central da Itália. Desde então, mais de 2100 réplicas foram apreendidas, e autoridades descobriram que elas eram produzidas em seis oficinas de falsificação na Europa — três na Itália e o restante em outros países. Promotora-chefe de Pisa, Teresa Angelo Camelio afirmou que, caso a polícia não tivesse descoberto o esquema, as peças falsificadas poderiam ter sido vendidas a preços “próximos aos das obras originais, uma eventualidade que teria impactado significativamente o mercado de leilões”. Ao todo, estima-se que o valor de mercado das falsificações se aproximaria dos 200 milhões de euros, ou 1,2 bilhão de reais, na cotação atual.

Camelio ainda afirmou que, segundo especialistas no trabalho de Banksy que ajudaram na investigação, a operação foi “o maior ato de proteção” à obra do artista. Além dele, nomes como Claude Monet, Vincent Van Gogh, Salvador Dalí, Henry Moore, Joan Miró, Francis Bacon, Paul Klee e Piet Mondrian também foram alvo da rede de falsificações, ainda que em menor escala.