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Poeta, editor e crítico Régis Bonvicino morre aos 70 anos

Conhecido internacionalmente por conta de traduções de sua obra, autor tinha o ambiente urbano como principal tema

Por André Sollitto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 5 jul 2025, 12h29 - Publicado em 5 jul 2025, 12h27

O poeta, editor, crítico e tradutor Régis Bonvicino, referência na poesia brasileira após o movimento concretista, morreu neste sábado, 5, aos 70 anos. Ele estava na Itália, de férias com a família.

Bonvicino se formou em Direito, mas já escrevia poemas antes mesmo da graduação. Publicou sua primeira obra de poesia, Bicho Papel, em 1975. Com o passar dos anos, publicou diversas outras coletâneas de poemas. De acordo com o próprio autor, seus escritos “refletem igualmente a condição precária dos seres urbanos contemporâneos nessas décadas”.

Em 2010, 35 anos após sua estreia na poesia, publicou o volume Até Agora, reunião de toda sua produção poética. Na época do lançamento, disse que o livro era seu “testamento”. “Agora, posso atirar minha garrafa ao mar”, afirmou, em entrevista a VEJA. O trabalho foi lançado no mercado americano em 2017. Suas obras eram publicadas de forma consistente no estrangeiro.

Sua produção é elogiada por críticos como o professor de literatura da USP João Adolfo Hansen, autor do posfácio de Até Agora, e o professor de teoria literária da Unicamp Alcir Pécora, para quem o poeta possui, juntamente com Nelson Ascher, outro egresso do concretismo, “uma das poucas produções relevantes hoje”. 

“Acredito que ele esteja entre os poetas que seguem experimentando, descontente consigo próprio, sem preocupação excessiva de conservar o que já obteve”, disse Pécora a VEJA em 2010. “Paradoxalmente, graças a esse despojamento contínuo do poético e da poesia, a esse começar de novo sem garantias, em bases rigorosas, conseguiu estabelecer uma obra própria e consistente. No conjunto da poesia reunida em Até Agora, certamente acerta mais do que erra”, afirmou o professor.

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Além da poesia, teve atuação fundamental como editor. Ao lado de Ascher e Michael Palmer, publicou a coletânea Nothing the Sun Could Not Explain, em 1997, volume que fez com que o trabalho de poetas como Paulo Leminski (1944-1989) e Torquato Neto (1944-1972) fosse conhecido fora do Brasil. Amigo pessoal de Leminski, editou as cartas que recebeu do poeta no livro Envie meu Dicionário (Cartas e Alguma Crítica), cuja edição mais recente é de 1999, e que está esgotada.

Sua obra mais recente é A Nova Utopia, lançada em 2023. O trabalho reúne 67 poemas recentes, em que retoma a observação da metrópole urbana e a falta de perspectiva dos moradores da cidade. 

Foi também colunista e crítico de VEJA e de outros veículos importantes da imprensa brasileira. 

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