Clique e Assine VEJA por R$ 9,90/mês
Continua após publicidade

Pesquisa holandesa busca desvendar mistérios em paisagem de Van Gogh

'Poplars near Nuenen' será reparada e estudada por especialistas do Museu Boijmans Van Beuningen, de Roterdã

Por Gabriela Caputo 15 abr 2022, 17h11

Antes de produzir telas de cores vívidas e deslumbrantes, Vincent Van Gogh registrava paisagens holandesas com tons mais escuros e introspectivos. Um exemplo é a obra Poplars near Nuenen, de 1885, que agora será objeto de estudo e conservação de uma pesquisa do Museu Boijmans Van Beuningen, de Roterdã. A paisagem centralizada em árvores do tipo álamo ou choupo é conhecida por carregar dois mistérios: por que Van Gogh a pintou por cima de uma imagem anterior, de uma igreja? E teria o quadro final sido retocado após a influência impressionista que veio com sua mudança para Paris, alguns meses depois?

A expectativa é que o projeto de pesquisa revele mais sobre a obra e, talvez, responda às perguntas. Imagens de raio-X mostram que, antes de pintar Poplars near Nuenen, Van Gogh havia utilizado a mesma tela para registrar a torre de uma velha igreja da cidade de Nuenen e o cemitério onde seu pai foi enterrado após uma morte súbita em março de 1885. É provável que a pintura original tenha sido composta em 1884, antes do acontecimento, despertando curiosidade nos estudiosos. De qualquer forma, especula-se que os motivos podem ter sido apenas pragmáticos: reutilizar a tela para economizar dinheiro, por exemplo.

Imagem de raio-X mostra composição originalmente pintada na tela
Imagem de raio-X mostra composição originalmente pintada na tela (Museu Boijmans Van Beuningen/Reprodução)

Três meses depois de terminar a obra, o artista deixou a cidade. Após uma breve passagem pela Antuérpia, na Bélgica (onde tentou vender a pintura, sem sucesso), ele chegou a Paris em fevereiro de 1886 para viver com seu irmão, Theo. Lá, conheceu o trabalho dos impressionistas, o que viria a influenciar o primoroso uso de cores pelo qual Van Gogh é hoje celebrado. Os especialistas que se debruçam sobre a obra suspeitam que os traços de tinta azul que se destacam na pintura, além de retoques nas árvores, podem ter sido acrescentados após a viagem. São aspectos que trazem mais vida à composição.

Depois da morte de Vincent e do irmão, Poplars near Nuenen foi vendida pela cunhada, Johanna van Gogh-Bonger, em 1903, pelo equivalente de 60 libras. Comprada por “26 amigos da arte”, anônimos, a obra foi apresentada ao museu. Os estudos recém-iniciados revelam que a pintura se deteriorou ao longo do tempo, e que o risco de dano é muito alto se nada for feito.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 49,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.