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Noslen Borges, do maior canal sobre português no YouTube: ‘O humor ajuda a aprender’

O professor curitibano fala de erros, curiosidades e traz dicas sobre o Enem, temas de sua nova coluna em VEJA Online

Por Marcelo Marthe Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 15 fev 2025, 08h00

Seus vídeos se valem de humor para ensinar a língua a mais de 5 milhões de seguidores — tem até um funk da acentuação. Por que aposta nisso? O humor ameniza o desgaste inevitável do esforço mental de aprender. A paródia não pode ser o cerne da aula, claro, mas torna o aprendizado menos sisudo. Tem muito jovem que não gosta de português porque acha que há muita regra. E aí, quando venho com humor, provoco uma catarse na galera e eles dão uma desarmada em relação a isso.

+ Leia a coluna Na Ponta de Língua, de Nolsen Borges

Qual é o erro de português mais comum hoje? Há muitos. Parte das pessoas não tem mais paciência de usar crase, por exemplo. Estão sempre colocando-a em lugares nos quais não existe. Tem outros erros frequentes, como escrever “com certeza” tudo junto. A falta de contato com a língua é o que explica isso. Você tem de pensar para lidar com a gramática, e as pessoas estão deixando isso de lado.

A internet está fazendo os jovens desaprenderem? Existe o fenômeno do internetês, que é a linguagem mais dinâmica da internet, como usar um VC da vida, um TB para falar “também”. É um processo da comunicação digital. Não vejo como motivo de as pessoas estarem desaprendendo o português — ao contrário, a internet pode até potencializar o interesse pela língua, por isso estou lá. O problema é levar o internetês para todos os ambientes da vida.

Em que medida ele pode atrapalhar? Vejo que as pessoas têm tendência de ficar um pouquinho mais preguiçosas. Mas há outras questões: a falta de leitura e de interesse pela língua. O imediatismo do mundo de hoje, não só nas redes, faz com que as pessoas tenham menos vontade de ler um texto mais elaborado, porque esse desejo não foi construído nelas desde cedo. Isso aumentou a preguiça para ler os clássicos, chegar a Machado de Assis. Tem de começar lá na base, na infância.

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Qual é o clichê mais difundido nos concursos e no Enem? Aí temos, por exemplo, o caso do “assertivo”. Na redação, a pessoa muitas vezes põe essa palavra achando que ela vem de acerto, e não tem nada a ver. Quer dizer “ser objetivo”. É um deslize comum. São palavras que as pessoas acham chiques, mas usam sem saber seu significado.

Qual o segredo para tirar nota 1 000 na redação do Enem? A primeira coisa é que redação não é inspiração. Ela é transpiração. Você tem de passar o ano todo fazendo muitas versões de redação no modelo Enem. É fazer a redação, enviar para um professor corrigir, olhar os seus erros. O aluno tem de gastar energia ali para entender como funciona aquele modelo de prova.

Qual é a palavra do momento? Arriscado dizer, mas vou citar uma que, na minha visão, está tendo destaque curioso. Resiliência, pronto.

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Resiliência? É, resiliência. Vejo muita gente falando sobre essa palavra na internet. “Ah, em 2024 fui muito resiliente, agora vem o tempo de colheita.” Para quem é empreendedor na internet, como eu, ela também se reveste de importância. Este ano estou comemorando dez anos do meu canal, e tive de ser muito resiliente para chegar até aqui.

Publicado em VEJA de 14 de fevereiro de 2025, edição nº 2931

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