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“Nada de nudez gratuita”, diz Walter Carvalho, diretor de ‘Pantanal’

Aos 75 anos, o veterano diz que não dá mais para virar as costas ao politicamente correto e vê trajetória longa para as novelas

Por Duda Monteiro de Barros Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 11h47 - Publicado em 4 jun 2022, 08h00
SEM ESTEREÓTIPO - Carvalho: “Ninguém é 100% bonzinho nem mau na história” -
SEM ESTEREÓTIPO - Carvalho: “Ninguém é 100% bonzinho nem mau na história” – (Estevam Avellar/TV Globo)

Depois de tanto tempo sem uma novela de sucesso na TV brasileira, o que explica o fenômeno Pantanal? Um dos ingredientes que atrai público de todas as idades e classes sociais, a meu ver, é que colocamos na tela personagens realistas, nem 100% bonzinhos, nem 100% maus, como na vida. Outro ponto alto é o ritmo da trama, mais lento do que o usual.

Esse não seria um problema em um mundo em que o que as pessoas cada vez mais buscam é rapidez? Pantanal traz justamente um contraponto à pressa do mundo digital, que só nos acelera. A trama obedece ao tempo da natureza e dá às pessoas a brecha de que necessitam para contemplar, refletir sobre o que estão vendo.

A comparação entre as duas versões de Pantanal, separadas por três décadas, retrata um Brasil diferente? Vivemos em uma era na qual ser politicamente incorreto se tornou inadmissível. Qualquer produção artística, portanto, deve respeitar questões de sexualidade, gênero, etnia, crença. Do contrário, fracassa. Essa é uma diferença essencial para as produções de antigamente.

E como o politicamente correto se reflete no Pantanal de hoje? Não tem como fazer dramaturgia sem beijo, amor, paixão, sexo. Mas a nudez na versão de 1990 era tratada de outra forma. Em nossa trama, nenhum personagem fica sem roupa gratuitamente, como um objeto. A nudez que vale agora é a poética, aquela que faz sentido para a história.

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Com a explosão do streaming, novela é um gênero em extinção? Não vejo assim. É verdade que a audiência das novelas diminuiu no Brasil e no mundo todo, mas as pessoas ainda consomem dramaturgia, mesmo que de forma distinta da do passado. O novo público prefere assistir hoje em dia ao streaming, uns maratonando, outros aos poucos. As plataformas acabam até ajudando. Tenho uma visão otimista sobre elas.

Muitos colegas seus estão trocando a TV tradicional pelo streaming. Isso também está nos seus planos? Não. Adoro a linguagem da teledramaturgia, da televisão, e quero seguir sendo parte disso.

Publicado em VEJA de 8 de junho de 2022, edição nº 2792

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