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Museu do Prado exibe cópia restaurada da Mona Lisa

Por Da Redação
21 fev 2012, 14h39

As conclusões obtidas sobre a cópia da Mona Lisa do Museu do Prado permitem imaginar Leonardo da Vinci em seu estúdio, pintando o quadro, enquanto um de seus discípulos de maior confiança executava, seguindo os passos do mestre, esta outra obra. Desde o desenho preparatório até quase os últimos estágios, o discípulo, trabalhando junto ao cavalete do mestre, repetiu o processo criativo em todos seus passos, embora sem pretender fazer que esta obra se passasse pela original que atualmente é exibida no Museu do Louvre, em Paris.

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A restauração realizada no Prado, na qual se eliminou o repinte negro que cobria o fundo, o que permitiu recuperar a paisagem original, despertou grande interesse entre os especialistas e os meios de comunicação de todo o mundo, que encheram o auditório durante a apresentação da obra, que luze tal como foi pintada na sala 49 do museu. Os estudos e a posterior restauração realizados por Ana González Mozo, do gabinete de Documentação Técnica do Prado, e por Almudena Sánchez Martín, restauradora do museu, evidenciam um processo paralelo de elaboração das obras do Prado e do Louvre.

As figuras são praticamente iguais em dimensões e formas, e cada uma das correções do desenho original se repetem na obra do Prado: a transformação do contorno da cintura, a posição dos dedos, o contorno do véu e da cabeça e até mesmo ajustes dos perfis nas bochechas e no pescoço. Os estudos sobre a cópia permitem comprovar que o autor desta obra desenhou os mesmos elementos que Leonardo, inclusive os que nos são visíveis na superfície pictórica.

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O Louvre pediu há dois anos ao Prado que estudasse a cópia visando sua apresentação na exposição que o museu parisiense inaugurará no dia 29 de março em torno da obra de Leonardo da Vinci. “Os trabalhos deram um resultado nada menos que surpreendente’, de acordo com Gabriele Finaldi, diretor-adjunto do Prado, que destacou a repercussão mundial da descoberta que ” Gioconda francesa tem uma gêmea no Prado”.

Procedente das coleções reais espanholas, a obra do Prado “não tinha janela nem paisagem. Os estudos permitiram descobrir sua presença e seu bom estado de conservação. Vimos que podíamos tirar a camada sem perigo, e fazê-lo foi uma autêntica revelação”. A intervenção e os estudos “proporcionaram pistas para um melhor conhecimento do quadro do Louvre, assim como detalhes difíceis de perceber na obra original. Estamos no princípio de um processo mais amplo de pesquisa”, declarou Finaldi.

Ana González Mozo concordou com ele ao dizer que ‘a pesquisa não está concluída’ e que os resultados obtidos constituem uma grande contribuição para conhecer o procedimento de trabalho de Da Vinci. O quadro do Prado “parecia outra cópia de Leonardo”, e agora é considerado ‘a versão mais importante da Mona Lisa das conhecidas até o momento’, destacou a pesquisadora.

Em relação ao autor da cópia, Miguel Falomir, chefe do departamento de pintura italiana do Prado, afirmou que, ao contrário do que alguns estudiosos disseram, não se trata do espanhol Fernando Yáñez de la Almedina. “Trata-se de um pintor preciso e ataviado em sua execução” e como hipótese surgem os nomes dos milaneses Salaï (1480-1524) e Francesco Melzi (1493-1572/73), os alunos mais próximos do mestre. A ‘gêmea’ do Prado, na qual não se empregou a técnica do esfumado e que, ao contrário da do Louvre, tem supercílios, será exibida ao público durante três semanas e posteriormente viajará para Paris.

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