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Museu da Língua Portuguesa abre ao público no fim de julho

Ao custo de R$ 85 milhões, reforma do espaço inclui novos espaços e novos conteúdos

Por Alessandro Giannini Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 29 jul 2021, 15h34

Mais de um mês depois do previsto inicialmente, o Museu da Língua Portuguesa, no centro de São Paulo, será reaberto ao público no sábado, 31. O governador João Dória fez o anúncio nesta quinta-feira, 29, no espaço reconstruído após um incêndio que o atingiu em dezembro de 2015. No valor de 85 milhões, entre recursos obtidos por meio da Lei Rouanet (55%) e de outras fontes (45%), as obras começaram em 2017 e terminaram em 2019, quando foi iniciada a implantação do conteúdo e das experiências, assim como a iluminação externa e a contratação da equipe.

Doria disse que convidou para a inauguração todos os presidentes brasileiros vivos e que apenas José Sarney, Fernando Henrique Cardoso e Michel Temer estarão presentes. Dilma Roussef agradeceu, mas mandou uma carta “simpática e afetuosa” dizendo que não poderia comparecer. Além deles, confirmaram presença o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, e o de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca. O governador também comentou as recentes trocas de farpas com o secretário da Cultura, Mario Frias, que criticou o uso de linguagem inclusiva no museu. “O governo federal deveria começar a trabalhar em vez de promover motociatas pelo país”, disse. “Esse governo foi danoso ao país.”

A reconstrução não foi meramente estética. O museu traz, em sua nova encarnação, novo conteúdo, novas experiências e novos espaços. Um exemplo disso é a criação de um cordão umbilical com a Estação da Luz, antes inexistente, com o objetivo de estreitar a comunicação entre o espaço cultural e o público. No terceiro piso, aos pés da Torre do Relógio, foi construído o mezanino Paulo Mendes da Rocha, em homenagem ao arquiteto que morreu em maio deste ano. O Centro de Referência da Língua Portuguesa funcionará como um fórum de estudos e pesquisas e ponto de congruência entre os países lusófonos.

Incêndio atinge o Museu da Língua Portuguesa, no centro de São Paulo
Incêndio atinge o Museu da Língua Portuguesa, no centro de São Paulo (Edson Lopes Jr./VEJA)

Com curadoria de Isa Grinspum Ferraz e Hugo Barreto, o conteúdo traz novidades como as instalações Línguas do Mundo, que destaca 23 das mais de sete mil línguas faladas hoje no mundo; Falares, que mostra os diferentes sotaques e expressões do idioma no Brasil, e Nós da Língua Portuguesa, que revelas a diversidade cultural da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). Outras experiências que fizeram sucesso entre 2006 e 2015 seguem no acervo, como a instalação Palavras Cruzadas, com as línguas que influenciaram o português no país, e a Praça da Língua, homenagem à língua portuguesa escrita, falada e cantada em um espetáculo de som e luz.

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Não foram esquecidas as melhorias na segurança, especialmente contra incêndios, que, segundo os responsáveis pelas obras, superam as exigências do Corpo de Bombeiros. Embora não sejam uma exigência legal, sprinklers (chuveiros automáticos) foram instalados para reforçar o sistema de segurança contra incêndio. O espaço foi concebido também com recursos de acessibilidade física e de conteúdo. O Museu reabre com Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB). Também serão observados todos os protocolos sanitários de segurança, como a instalação de totens com álcool gel, grupos reduzidos, trajeto unidirecional, e distanciamento social.

O Museu da Língua Portuguesa fica na Praça da Luz, no centro de São Paulo. E estará aberto de terça a domingo, das 9h às 18h. Em razão dos protocolos, os ingressos serão vendidos exclusivamente pela internet, com hora marcada. Os valores dos ingressos serão de R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). Aos sábados, a entrada é de graça, mas a marcação de horário pelo site continua sendo obrigatória.

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