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Memória: o cantor Cassiano e o ator Norman Lloyd

Ambos os artistas faleceram nesta semana; relembre suas carreiras

Por Da Redação 14 Maio 2021, 06h00

Se Tim Maia, sempre irrequieto, dado a diatribes, era dono de uma personalidade difícil, o paraibano Genival Cassiano dos Santos — um de seus parceiros mais fenomenais — não ficava atrás. Irascíveis, ambos viviam às turras, mas isso não impediu que uma assombrosa alquimia se instalasse no estúdio no Rio de Janeiro onde, em 1970, gravaram o primeiro disco de Tim. Cassiano daria contribuição decisiva àquele álbum clássico do soul nacional, com sua guitarra de fraseado picotado e duas músicas de sua autoria: Primavera (Vai Chuva) — “Quando o inverno chegar, eu quero estar junto a ti / Pode o outono voltar, que eu quero estar junto a ti” — e Eu Amo Você. Mas, enquanto Tim viria a explodir nas décadas seguintes, com Cassiano deu-se o oposto: ele se tornaria um talento muito cultuado, mas fadado ao ostracismo.

Nascido em Campina Grande, ele se mudou para o Rio de Janeiro aos 6 anos. Aprendeu a tocar violão com seu pai, amigo de Jackson do Pandeiro. Apaixonou-se pela bossa nova e logo passou a tocar em grupos musicais, como o quarteto Os Diagonais. Após a gravação do álbum com Tim Maia, lançaria seus três principais discos: Imagem e Som (1971), Apresentamos Nosso Cassiano (1973) e Cuban Soul (1976), sua obra-prima, do qual faz parte A Lua e Eu (“Mais um ano se passou e nem sequer ouvi falar seu nome”). No fim da década de 70, porém, um grave problema pulmonar minou sua carreira nos palcos — e sua trajetória pessoal nas décadas seguintes seguiria um rumo errático, longe do sucesso. A influência do artista, no entanto, pode ser medida pela variedade de nomes que regravariam seu trabalho, como Ivete Sangalo, Alcione e Gilberto Gil. Cassiano morreu na sexta-feira 7, aos 77 anos, de causa não revelada, em um hospital público do subúrbio do Rio de Janeiro.

O clássico dos clássicos

VERSATILIDADE - O ator americano: nas mãos de Chaplin a Hitchcock -
VERSATILIDADE - O ator americano: nas mãos de Chaplin a Hitchcock – (Austin Hargrave/Holywood The Reporter/.)

“Se a história do cinema tem uma voz é a de Norman Lloyd”, escreveu o reputado crítico Kenneth Turan no jornal Los Angeles Times, em 2012. Lloyd, ator americano de timbre inigualável, trabalhou com diretores como Charlie Chaplin, Alfred Hitchcock e Orson Welles — divertia-se contando detalhes de seus passeios noturnos com Chaplin. Estreou nas telas, em 1942, na pele de um personagem inesquecível: o espião alemão que caía do topo da Estátua da Liberdade, em Nova York, no suspense Sabo­tador, clássico de Hitchcock. Foi forçado ao ostracismo, logo depois, perseguido pela lista negra do macarthismo, acusado de ligações com o Partido Comunista. Em 1989, alcançaria imenso sucesso como o implacável reitor universitário em Sociedade dos Poetas Mortos, papel que o faria renascer para o público. Morreu em Los Angeles, em 11 de maio, aos 106 anos. Atribuía a longevidade a um segredo: “Evitar pessoas desagradáveis”.

Publicado em VEJA de 19 de maio de 2021, edição nº 2738

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