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Matemáticos resolvem mistério: quem compôs ‘In My Life’, dos Beatles?

John Lennon e Paul McCartney disputam o título de autor da canção, mas a estatística promete colocar fim à dúvida

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 14 ago 2018, 17h36 - Publicado em 14 ago 2018, 09h52

Quem escreveu a canção In My Life, lançada pelos Beatles em 1965? John Lennon disse à revista Playboy, em 1980, que ele era o responsável pela canção. “In My Life começou como uma viagem de ônibus partindo da minha casa. Eu mencionei todos os lugares que lembrava e foi chato. Então eu larguei mão disso e a letra começou a ser sobre amigos e amores do passado. Paul ajudou com o meia-oito [ponte musical]”, recordou o vocalista.

Quatro anos depois, Paul McCartney contou à mesma revista outra versão. “John esqueceu ou não achou que eu escrevi a música. Ele tinha um poema sobre rostos dos quais ele se lembrava. Recordo-me que eu saí por meia hora e sentei com um Mellotron [teclado] que ele tinha, fazendo a melodia”, explicou.

Os matemáticos Mark Glickman e Ryan Song, da Universidade de Harvard, e Jason Brown, de Dalhousie, garantem que chegaram a uma resposta para o mistério pop por meio de dados estatísticos.

O trio participou da conferência Joint Statistical Meetings, no Canadá, e apresentou o modelo Sacola de Palavras, que reúne os vocábulos de um texto sem considerar a ordem deles e a gramática. A partir daí, os pesquisadores observaram a frequência de termos usados por cada membro da banda e concluíram que a música foi escrita por, rufem os tambores… John Lennon.

O matemático Keith Devlin, da Universidade de Stanford, explicou à rádio americana NPR que os pesquisadores analisaram setenta melodias de Lennon e Paul McCartney, e descobriram que havia 149 transições diferentes entre notas e acordes presentes em quase todas as músicas dos Beatles. Cada uma era exclusiva de um dos dois.

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“A probabilidade de que McCartney tenha escrito In My Life é de 0,018% — isso é essencialmente zero. É melhor acreditar na matemática em situações assim, pois é muito mais confiável do que as lembranças das pessoas”, afirma. “Especialmente porque eles colaboraram escrevendo nos anos 1960 com um estado mental completamente alterado devido a todas as coisas que estavam ingerindo”, completa.

 

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