‘MasterChef Júnior’ estreia com excesso de fofura
Reality com crianças entre 9 e 13 anos pecou ao trazer diálogos e situações forçadas
A estreia do MasterChef Júnior, nesta terça-feira, trouxe os jurados Erick Jacquin, Paola Carosella e Henrique Fogaça bem mais “fofos” do que costumam ser com os participantes adultos do reality da Band. Como precisaram lidar com crianças entre 9 e 13 anos, os chefs foram bastante amenos nas críticas, elogiando todos os pratos, mesmo aqueles que acabaram eliminando alguns concorrentes. Ainda que a gentileza fosse necessária, já que ninguém quer causar traumas nos pequenos, o excesso de doçura se tornou um empecilho neste primeiro episódio, com situações e sorrisos forçados.
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Na estreia, os participantes foram divididos em três grupos, dois com sete pessoas e um com seis. O primeiro deles teve como tarefa preparar pratos com carnes, o seguinte apresentou massas e o terceiro, sobremesas. Em cada uma das provas, dois candidatos foram eliminados: primeiro Augusto e Luiza, depois Gleyson e Piera e, por fim, Andrey e Hytalo. Assim, formou-se o elenco final do programa, com catorze concorrentes.
A apresentadora Ana Paula Padrão começou os trabalhos, tecendo elogios aos concorrentes antes do começo da primeira prova e exagerando no tom “tia” ao falar com eles. “Vocês estão muito lindooos”, disse ela às crianças após elas ganharem os aventais. Ao longo do episódio, ela se tornou a fã número um de cada um dos vinte jovens, junto com os pais, que acompanharam a gravação no estúdio, incentivando e tentando animar toda vez que um – ou vários, como aconteceu nesta terça – caía no choro porque algo tinha dado errado na receita.
Alguns diálogos entre as crianças também pareceram ter sido ensaiados. Para além do fato de que eles, já no primeiro episódio, terem se declarado melhores amigos, alguns elogiavam os colegas gratuitamente. “Você foi ótima, calma, você vai conseguir!”, disse Laura para Aisha após a primeira prova. “Eu não ouvi você (a avaliação dos jurados para ele), mas parabéns, parabéns, parabéns”, disse outro depois de outra tarefa. A impressão que ficou foi a de que os concorrentes estavam sendo estimulados – pelos pais, pela psicopedagoga contratada pela Band? – a apoiar os amigos o tempo todo. Uma atitude bacana de se ensinar às crianças, mas que soou forçada na TV.