Marca anuncia que não vai mais trabalhar com modelos brancas
'Embora regra seja excludente à primeira vista, é pró-inclusão. Queremos alcançar pessoas que não são representadas na indústria', diz criador da grife
A MOGA, marca australiana especializada em lenços de cabeça e xales, já é conhecida em seu país como uma grife comprometida com questões sociais — tanto que um dos seus itens mais vendidos é um tecido com as cores da bandeira do arco-íris, feito em comemoração da legalização do casamento homoafetivo na Austrália.
Agora, a empresa tomou uma decisão impactante: ela não vai mais contratar modelos brancas para as suas campanhas. “Fiz esta regra para ser o ponto inicial de um debate que acho muito importante: a raça e a sua representação na indústria da moda”, explicou Azahn Munas, fundador da marca, para a revista Teen Vogue.
“Quero explorar a noção do ‘poder branco’ na moda e porque tantas pessoas estão perpetuando esse conceito — conscientemente ou não. Embora ela seja excludente à primeira vista, é em nome da inclusão. Queremos alcançar pessoas que não são representadas na indústria.”
A nova regra foi divulgada durante uma ação da MOGA que procura modelos para o próximo ano. Podem participar mulheres de todo o mundo, com ou sem experiência prévia, de todos os tipos de corpos e raças — exceto brancas caucasianas. “Desculpa, meninas, achamos vocês absolutamente lindas, mas, infelizmente, essa não é para vocês”, diz o texto.
Para explicar melhor o posicionamento, a marca publicou um vídeo, feito com bonecas em stop motion — veja abaixo, em inglês e sem legendas. “É importante falar sobre assuntos a respeito dos quais não estamos confortáveis, e raça é uma delas. E quanto mais falamos desses assuntos como sociedade, mais perto chegamos de entender a complexidade deles e avançar para nos tornarmos mais respeitosos e inclusivos.”