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Lilia Schwarcz a VEJA: ‘A branquitude se nega a reconhecer sua culpa no racismo’

A historiadora e antropóloga fala sobre a pesquisa que resultou em seu novo livro 'Imagens da Branquitude: a Presença da Ausência'

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 19 ago 2024, 09h44 - Publicado em 18 ago 2024, 08h00

O que despertou seu interesse nessa análise? Na minha vida acadêmica, aprendi a ver como documentos visuais não são neutros. Imagens não são só o reflexo de uma época, elas possuem carga política e, portanto, carga social.

Quais os desafios de assumir o lugar de fala de pessoa branca no estudo? Não é um lugar de autoacusação, mas de reflexão. Enquanto a negritude é movimento de exaltação dos valores das populações negras, a branquitude é um conceito acanhado, que se nega a reconhecer sua culpa no racismo estrutural.

Leia mais: Livro de Lilia Schwarcz revela como racismo ‘branqueou’ arte do país

Como fazer isso sem cair na armadilha do white saviour, o branco que se coloca como salvador do negro? Busco o letramento racial, não me excluo do cenário, mas me incluo como pessoa branca com privilégios e poderes para ampliar a discussão. Não basta ser antirracista, é preciso agir, sabendo que todos temos uma cor social.

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Pode explicar melhor? A branquitude criou padrões e colocou os negros no lugar de subordinado, de vítima. Isso está na arte, nas propagandas, nas novelas. Temos de ver de forma crítica essa cultura visual.

Publicado em VEJA de 16 de agosto de 2024, edição nº 2906

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