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Joelma fala sobre nova fase: ‘Nunca fui tão feliz’

Cantora comenta a carreira solo e seu desejo de encontrar um novo amor. ‘Ainda vai vir a pessoa que vai me completar. Porque se não for assim, não vale a pena, né?’

Por Meire Kusumoto e Raquel Carneiro
21 Maio 2016, 08h47

Desde janeiro, muita coisa mudou na vida de Joelma. Depois de quinze anos à frente da Banda Calypso, a cantora deixou para trás o grupo, o nome Calypso e também o ex-marido, Ximbinha, com quem fundou o grupo no Pará, e se lançou em carreira solo. Nesses quase cinco meses, colocou nas lojas seu primeiro disco, que leva seu nome, começou a rodar o Brasil com uma turnê e passou por uma transformação estética significativa, sob a orientação de uma consultora de imagem, que a feztrocar o cabelo amarelado por madeixas platinadas, mais modernas – além de mudar o desenho das sobrancelhas, clarear e encapar os dentes. O balanço de tudo isso parece claro para ela. “Nunca fui tão feliz em toda a minha vida”, diz em entrevista ao site de VEJA durante sua passagem por São Paulo para o seu primeiro show solo na cidade, na semana passada, apesar da redução pela metade no cachê — que teria caído para 95.000 reais na nova fase, segundo a coluna Retratos da Vida, do jornal Extra. Joelma se apresenta neste fim de semana em Ituiutaba, em Minas Gerais, e no dia 25 no Rio de Janeiro, seu primeiro show na capital fluminense.

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A cantora fala abertamente de quase tudo: seu novo disco, que mistura a já conhecida base do calipso com ritmos como pop e reggaeton, sua rotina, suas mudanças no visual e seus filhos. O único assunto proibido (por ela e por seus empresários e assessores) é mesmo o passado com Ximbinha. “De resto, pode perguntar tudo.” Algumas das canções do novo trabalho falam de um amor que acabou – e a pergunta sobre a relação entre as letras e o casamento de Joelma, que durou dezoito anos e terminou no ano passado depois de rumores de traição e acusações, parece inevitável. “Gente, tudo o que eu for tocar agora vão dizer que é indireta!”, exclama a paraense, afirmando que até pensou em tirar algumas das músicas do álbum para evitar esse tipo de questionamento.

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O encarte do disco, que chegou às lojas no final de abril, traz uma Joelma desenhada, no estilo de histórias em quadrinhos. Com figurino rosa e amarelo, pernas musculosas, cabelo esvoaçante e gigantescas botas cobrindo os joelhos, a cantora parece realmente uma heroína pronta para combater o crime. Segundo ela, o novo trabalho é quase um filho. “Neste momento, esse disco é o meu tudo porque é meu primeiro solo. Eu não me via fazendo carreira solo, nunca planejei isso para a minha vida, me acostumei a trabalhar em banda”, diz. Mas, por enquanto, ela parece ter se adaptado bastante bem à mudança. “Tinha que ser.”

Confira abaixo a entrevista com Joelma:

Como foi feita a seleção das faixas para o disco? Alguns compositores já trabalhavam comigo havia muitos anos. Geralmente, eles fazem muita música sobre dor de cotovelo e sofrência. É impossível não gravar isso, é uma coisa que faz parte do mercado. Mas eu pedi para eles escreverem composições mais alto astral, que falassem de alegria, superação. Eles fizeram, tanto que uma delas até se chama A Página Virou, que é bem bacana. Mas eu deixei a escolha do repertório final com o meu empresário, Pedro Mota, e o meu produtor, Tovinho, com quem trabalho há quinze anos.

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O que esse trabalho representa na sua carreira? É um filho (risos). Deu muito trabalho, exigiu muita dedicação. Eu me envolvi de verdade, vi os arranjos, mudei algumas coisas. Neste momento, esse disco é o meu tudo porque é meu primeiro solo. Eu não me via fazendo carreira solo, nunca planejei isso para a minha vida, me acostumei a trabalhar em banda. Agora eu estou feliz da vida porque o álbum acabou de sair e onde ele chega esgota. Era para ser.

Acha que ainda há preconceito com o estilo calipso? Não mais. Na verdade, acho que o preconceito nem era com o ritmo calipso, mas sim pelo fato de ser uma música regional. Nesse sentido, me sinto uma vencedora, porque passamos por tudo isso e hoje eu estou recebendo coisas maravilhosas que vêm desde esse início.

Quais são as cantoras que te inspiram? Eu escutava muito Mariah Carey e Barbra Streisand. Hoje tenho ouvido Sia, que é fantástica, e, no Brasil, Marisa Monte. Eu misturei muitos ritmos nesse disco – calipso com dance, arrocha, reggaeton. A gente fez uma mistura de tudo, mas sem fugir da raiz, que é o que eu amo fazer. Meu produtor queria ir mais para um lado mais pop, mas eu não deixei, disse que a gente podia passear pelos estilos, mas não fugir do calipso. Essa é a minha identidade.

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Muitas das letras falam sobre um amor que não deu certo e é difícil ouvir e não pensar no seu casamento. São propositais as mensagens? Não, não. A música Não Teve Amor, por exemplo, já existia, eu não pedi para a Marília Mendonça escrever, ela já tinha composto a música. (Empresário interrompe) Imagina se você fosse gravar as suas músicas anteriores agora? Imagina a Joelma cantar A Lua Me Traiu agora? (risos). (Joelma volta a falar) Tem uma antiga que é pior, Esqueça Meu Coração, que diz “Não, não quero mais teu beijo, não / Não quero mais teu corpo, não / Estou com nojo de você”. Imagina eu cantar isso? Gente, tudo o que eu for tocar agora vão dizer que é indireta. Eu não queria lançar Não Teve Amor pelo que poderiam dizer, mas argumentaram que ela é linda, que tinha que entrar no disco. Eu disse: “Então tudo bem, eu não me responsabilizo, vamos lá”.

Em Não Teve Amor, você canta “Não teve amor, nunca foi amor / Quando é de verdade nunca vai acabar”. Realmente acredita que amor de verdade é para sempre? Acredito. Claro que não é perfeito, porque nenhum de nós é perfeito, então ou você vai magoá-lo, ou ele vai te magoar. Mas o amor de verdade supera isso, quando não é algo tão forte que venha para desestruturar, acabar com tudo aquilo em que você acredita em uma pessoa.

Acha que consegue ser feliz sozinha ou está em busca de um novo amor? Consigo, claro! Nunca fui tão feliz em toda a minha vida, e estou sozinha. Aliás, sozinha entre aspas, porque sempre acreditei que eu tenho um pai, um filho e um espírito santo junto de mim, eu nunca estou só. E é isso o que eu ensino para os meus filhos. Pensa que você está na sua cama, mas tem mais três aí. Mas eu estou aberta para ter um relacionamento, é que ainda não veio a pessoa certa. Ainda vai vir a pessoa certa, que vai me completar. Porque se não for pra não completar, não vale a pena, né?

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Você deu uma repaginada no seu visual. Como foi esse processo? Em março eu fui fazer show em Goiânia e a minha amiga, Maris Tavares, que é consultora de imagem, disse que já estava tudo certo, que eu ia fazer isso e aquilo comigo. Eu fiquei sem entender, disse que eu não tinha tempo para fazer tudo aquilo. Ela me disse para eu tirar dois dias e ficar ali que já era o suficiente. Ela me mostrou o projeto, tirou uma foto do meu rosto e fez uma montagem, metade como era e a outra metade como ia ficar. Quando eu vi, disse que queria na hora. Fiquei lá e em dois dias fiz tudo. Resisti no começo só por uma questão de tempo mesmo. Eu disse para ela que só não podia mexer no meu cabelo, mas acabei sendo convencida por uma marca de tintura. Tirei o amarelo do cabelo e coloquei um loiro platinado bem de leve. E ficou legal, eu gostei. Eu tenho um apego muito grande com essa cabeleira, não penso jamais em cortar.

Como você mantém a boa forma? Faço musculação pelo menos três vezes por semana. Quando não dá para ir à academia eu faço exercício localizado no quarto do hotel. Coloco minha bota para ficar um pouquinho mais pesado e vou (risos). Tenho um estilo de vida com alimentação saudável, gosto de tudo natural, com muitas frutas, legumes, verduras e carne branca. Eu não como carne vermelha há dois anos.

Você é evangélica. Qual igreja frequenta? Costumo dizer que minha igreja é Cristo, mas eu frequento duas igrejas, Adventista e a Assembleia de Deus. A Adventista porque eles sabem muito da Bíblia, eu estudo a Bíblia com eles. E eu gosto muito dos louvores da Assembleia. Minha família toda é evangélica, me identifico com isso desde a infância. Mas foi depois que eu fundei a Calypso mesmo que eu fui mergulhando mais nesse mundo. Foi onde eu encontrei todas as respostas de que eu precisava, no lado espiritual e profissional, a base para tudo na minha vida. É para sempre.

Quando a Calypso acabou, circularam boatos de que você partiria para uma carreira na música gospel. O que aconteceu? É um plano ainda? Eu sempre gravei gospel, faz mais de oito anos que eu faço isso. Em todo disco tem uma música gospel, e nesse novo não é diferente. Mas eu pretendo lançar um álbum todo gospel, vou conversar com a minha gravadora sobre esse assunto. São várias músicas que eu já gravei, mas eu quero dar um novo arranjo para elas. Por enquanto, ainda não pretendo seguir carreira no gospel. Ainda não.

Muitos de seus fãs são gays. Como enxerga o embate entre a igreja e a homossexualidade? Acho que esse embate não deveria existir. Jesus ensina a gente a amar o nosso próximo, e o nosso próximo é o nosso próximo. E acabou.

Como seus filhos veem esse novo momento na sua vida e carreira? Meus filhos estão felizes, estão estudando. Estamos todos juntos, em um momento muito importante dessa união, todo mundo cresceu muito nos últimos tempos.

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