Javier Bardem defende Woody Allen e diz que trabalharia com ele
O ator lembrou que Woody Allen foi investigado e inocentado anos atrás pela Justiça, que não viu evidências que sustentassem as acusações de Dylan
Javier Bardem afirmou que aceitaria trabalhar de novo com Woody Allen, acusado de abusos sexuais pela filha adotiva Dylan. Bastaria que o papel oferecido lhe interessasse. Ele já trabalhou com Allen em Vicky Cristina Barcelona, lançado em 2008, ao lado da esposa, a atriz Penélope Cruz.
“Não me considero ninguém para dizer se Woody Allen é culpado ou não. Do ponto de vista da Justiça, a situação é exatamente a mesma de quando trabalhei com ele em 2007”, destacou Bardem ao jornal Le Parisien, por ocasião da estreia na França do filme Loving Pablo. Com a declaração, o ator lembrou que Woody Allen foi investigado e inocentado anos atrás pela Justiça, que não viu evidências que sustentassem as acusações de Dylan. Há quem diga — inclusive o irmão Moises, hoje terapeuta familiar — que a menina teve a cabeça feita pela mãe, Mia Farrow, a quem Allen havia deixado na época.
Para Javier Bardem, o movimento de denúncia de assédio sexual “#MeToo” é “formidável”, embora tenha ressaltado que “é preciso ser prudente” com julgamentos públicos. Por outro lado, o ator, considerado um dos espanhóis mais bem-sucedidos no cinema internacional, afirmou que “na Espanha as pessoas só se interessam por futebol”. “Na Espanha, quando você diz que é artista, olham como se tivesse feito algo ruim. As pessoas só se interessam por futebol”, declarou Bardem, que no novo filme de Fernando León de Aranoa encarna o narcotraficante colombiano Pablo Escobar.
Bardem também comparou a percepção da cultura na França e na Espanha. Sua esposa, Penélope Cruz, recebeu no último mês de março o César honorário por sua carreira, o maior reconhecimento do cinema francês. “A França dá valor à sua cultura, à sua identidade, à sua indústria”, ressaltou o ator, que acrescentou que, quando retornaram a Madri depois de receber o prêmio em Paris, “ninguém dedicou uma palavra ao César de Penélope”.