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Ingrid Guimarães mergulha no mundo das ‘sex shops’

Atriz experimentou dezenas de produtos eróticos para fazer 'De Pernas Para o Ar', que define como 'uma comédia para toda a família'

Por André Gomes
5 dez 2010, 11h28

‘Não fiquei encabulada com nada. Eu já conhecia esse universo, ia com amigas a sex shops, como consumidora mesmo, para saber das novidades. A gente ia, só não contava’

Entrevistada da última quarta-feira no ‘Programa do Jô’, Ingrid Guimarães simulou, a pedido do apresentador, um orgasmo, em frente às câmeras. Na entrevista que se segue, o êxtase sexual também é tema. Tem sido assim desde que a atriz começou a maratona de divulgação do filme De Pernas Para o Ar, comédia em que vive uma gerente de marketing que, abandonada pelo marido por dar atenção excessiva ao trabalho, redescobre-se sexualmente quando perde o emprego e vira sócia de uma sex shop falida. A solução encontrada para levantar o negócio é oferecer os produtinhos eróticos de porta em porta. Em clima de sex delivery, o filme investe, com humor certeiro, na virada que a vida da personagem dá a partir do mergulho nesse universo. Para fazer o longa-metragem, que estreia dia 31 de dezembro em mais de 350 salas de cinema, Ingrid fez de tudo um pouco: saboreou uma calcinha de morango comestível; tentou usar outra, vibratória, durante cena de jogo de futebol, na torcida; e gravou com um cinto que vem com pênis de borracha, acoplado. Sem vergonha alguma, disposta a garantir o prazer do público ao final da sessão.

Você teve algum tipo de pudor durante as gravações?

Não fiquei encabulada com nada. Eu já conhecia esse universo, ia com amigas a sex shops, como consumidora mesmo, para saber das novidades. A gente ia, só não contava.

Pesquisas realizadas pelos produtores do filme determinaram a mudança do nome original – SexDelícia, que batiza a sex shop do filme – para De Pernas Para o Ar. Não seria uma caretice do público brasileiro?

O Brasil é careta. Assisto à reprise de Vale Tudo e percebo como as novelas encaretaram. Mas cinema, agora aqui como nos Estados Unidos, é business. Ficaram com medo de que o filme, com o nome original, pudesse parecer erótico. E não é. Nosso filme é uma comédia para toda a família: uma história de uma mulher, como tantas outras, em crise na vida pessoal e no trabalho, que ama sua família, tem um marido bacana e só quer que as coisas dêem certo. É uma comédia romântica.

O filme será lançado em um momento excepcional para o mercado brasileiro, após o êxito de Tropa de Elite 2 e, mais recentemente, Muita Calma Nessa Hora. Qual é a expectativa de público?

Isso eu deixo para os produtores e distribuidores. Posso garantir que estamos todos muito animados. Fiquei uma noite sem dormir depois de ver o Tropa 2, que é maravilhoso. Depois de uma porrada, nosso filme vem com outra função, a de divertir. É bom que o cinema brasileiro tenha espaço para todos.

Você rodou o filme pouco depois do nascimento de sua filha Clara, que está com 1 ano e dois meses. Como foi conciliar dois universos tão distintos?

Pois é, eu disse isso no Jô. Simulei um orgasmo lá para divulgar o filme, tá, gente, mas sou uma mãe de família. Meu marido foi muito bacana: tirou uma semana de folga para me dar uma força e ajudar a cuidar da Clara lá em Paulínia (cidade onde aconteceram as gravações). Minha mãe também arrumou um tempo para ir lá me ajudar.

Como foi a convivência familiar no set de um filme com esse tema?

Foi, menino, nem te conto… Minha mãe fez aniversário, procuramos uma vela, não encontramos. A solução foi pegar um pênis de borracha e cantar o ‘parabéns para você’. Agora você imagina a cara da minha mãe, uma executiva, advogada da área de petróleo, diante disso… E a minha babá ficou lá, vendo aquelas dezenas de produtos eróticos. Cheguei pra ela e disse ‘calma, isso não é um filme pornô’.

Há um cena, no filme, em que a mãe, sua personagem, vai a um jogo do filho usando uma calcinha vibratória. É verdade que você cogitou usar uma, para imprimir realidade à cena?

Olha, é uma calcinha espetacular que vibra quando toca música, de acordo com a intensidade da música. Então se você colocar um rock pauleira, já viu, né? Mas, sério, eu pedi à produção uma calcinha dessas, só que estava sem pilha. A figurinista veio com a seguinte solução: ‘bota o celular no modo vibração e fico te ligando’. Mas a bateria também acabou. Resolvi apelar para minha memória afetiva.

Você acha que, como sua personagem, Alice, no filme, a mulher brasileira também é liberada sexualmente?

É sim, ela só não conta. A mulher está cada vez mais em busca do próprio prazer.

Quem é essa nova mulher brasileira?

A gente tem que se dedicar ao trabalho, filho, casa, ficar gata e ainda dar atenção ao marido. É nesse ponto que o filme toca: não pode esquecer da relação. O marido da Alice fica de lado, por isso pede um tempo.

E ‘ter’que ficar gata dá muito trabalho?

Muito. Hoje em dia existe uma ditadura da beleza impressionante. Acho injustiça com as mulheres, por exemplo, que mal acabam de ser mães, e já são cobradas para estarem lindas e magras quase imediatamente depois. Eu até tive que voltar à forma logo após, pois tinha que retornar à novela (Caras & Bocas), mas não fiz apologia disso.

A cantora Claudia Leitte e a apresentadora Adriane Galisteu são exemplos desta necessidade que você critica, de ter que estar em forma imediatamente depois de ter filho, em capas de revistas…

Cada um tem um tipo de trabalho, uma demanda. Vai ver, para elas, isso é necessário. Mas eu não julgo ninguém. Falei de minha experiência. Sou como a Alice, minha personagem, uma mulher real (a atriz é idealizadora do programa Mulheres Possíveis, que foi exibido pelo GNT), possível, que ama seu trabalho, sua família, e se desdobra em várias funções.

É verdade que você presenteou amigas com produtos que conheceu a partir do filme?

Sim, e elas ficaram loucas, amaram.

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