IMPERDÍVEL: O banal é arte na mostra de Erwin Wurm
Artista austríaco expõe cerca de 40 obras no Centro Cultural Banco do Brasil em São Paulo










Uma das primeiras obras da série One Minute Sculptures que o austríaco Erwin Wurm criou foi durante um trabalho em Bremen, na Alemanha. Na época, ele pediu para funcionários da galeria interagirem com objetos comuns de maneira pouco convencional — enfiando canetas no nariz e nas orelhas, ou equilibrando um balde sobre a cabeça, por exemplo. A ideia era ver a relação entre as pessoas e os objetos cotidianos. O resultado do inusitado experimento pode ser visto e sentido na mostra Erwin Wurm – O Corpo é A Casa, em cartaz desde o dia 25 de janeiro no Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo.
Mistura de performance e escultura, a série com cerca de 40 obras se tornou, ao longo dos últimos 20 anos, uma referência na obra do austríaco, sendo levada a museus, como o Tate Modern, de Londres, ou inspiração para a banda Red Hot Chili Peppers, no videoclipe da música Can’t Stop. A ideia é que os objetos, que ficam distribuídos na sala com uma instrução de uso, sejam “utilizados” pelos visitantes, que devem permanecer em determinada posição durante 60 segundos e, assim, se tornem a própria obra. Segundo o curador, o artista busca com o humor atrair o espectador para questões contemporâneas, como o culto à imagem.
Para falar sobre padrões de consumo, por exemplo, ele transforma um Porsche em um carro com ‘sobrepeso’, em Conversível Gordo. A obesidade e o sarcasmo também estão na monumental Fat House, uma instalação interativa que ocupa quase todo o térreo do CCBB. “Wurm utiliza o humor como uma espécie de rede para pescar as pessoas, mas, quando você olha mais ao fundo, ele vai desconcertando”, define.

A mostra Erwin Wurm – O Corpo É a Casa fica em cartaz até o dia 3 de abril, no Centro Cultural Banco do Brasil (Rua Álvares Penteado, 112, São Paulo). A visitação é gratuita e pode ser feita de quarta a segunda-feira das 9h às 21h.
(Com Estadão Conteúdo)