IMPERDÍVEL: ‘A Espera’ começa com spoiler, mas sustenta tensão
Atuação de Juliette Binoche como mulher que vive uma grande perda ajuda a reter o espectador
Em Crônica de uma Morte Anunciada, Gabriel García Márquez envolve o leitor em uma história que começa pelo fim: sabe-se desde o título como ela vai terminar, mas nem por isso a leitura é mais entediante ou menos atraente. A Espera, uma co-produção entre França e Itália dirigida pelo estreante Piero Messina, consegue o mesmo feito. Começa com um spoiler: um velório que derruba Anna, personagem de Juliette Binoche (acertadíssima em cada tom do papel), e que reverbera por todo o filme. É óbvio, desde o começo, quem morreu, mas a confirmação só vem nos últimos minutos do longa e, até lá, todos esperam em clima de tensão: Anna e a namorada do filho, Jeanne (Lou de Laâge), que deixa Paris para visitá-lo na Itália e não o encontra, e o espectador, que respira junto com as personagens enquanto elas se conhecem, se estranham, se aproximam e choram juntas.