Dedé Santana é processado em R$ 285 mil por produtor
Humorista teria faltado a compromissos no Nordeste, incluindo dois shows, mas agente do comediante fala em difamação
Um produtor de eventos de João Pessoa está processando o humorista Dedé Santana em 285.000 reais por prejuízos financeiros e danos morais. Edvan Ferreira de Araújo alega que o integrante dos Trapalhões faltou várias vezes a compromissos estabelecidos com ele, incluindo apresentações. O também produtor Vitor Lustosa, que gerencia a carreira do artista, nega tudo.
Segundo Araújo, em 2016, ele propôs uma parceria ao comediante, que conheceu anos antes, quando tentou levá-lo para a TV Record, onde trabalhava. A ideia era promovê-lo no Nordeste, fazendo shows. Para isso, afirma ter recebido uma procuração para representar o ator. Em paralelo, diz ter feito uma ponte com executivos de uma filiada do SBT na região com a ideia de criar um programa local, baseado em um formato oferecido por Lustosa. Uma reunião foi marcada, em Fortaleza, mas Dedé não compareceu. Em outra ocasião, também teria cancelado dois shows em cima da hora.
“Eu entrei em parafuso, fiquei com depressão, perdi tudo o que tinha. Fiquei dois anos fora do mercado de trabalho”, diz Araújo. Só há seis meses voltou a atuar com artistas. “O Dedé hoje vive em função do Vitor Lustosa e só vai até onde ele permite. Acho que foi por influência dele que ele não veio a João Pessoa.”
Lustosa admite que houve contato para os shows e até preparou um documento nomeando Araújo representante, mas diz que este não teria feito nada do que havia prometido. “Um produtor de Recife (chamado Tom Lopes), que também queria fazer shows com o Dedé e se juntou com o Edvan, foi quem garantiu as nossas passagens de avião”, conta. “Mas antes da viagem, ele me ligou para avisar que seria uma roubada. Não tinha nada preparado, nada de promoção, nada de estrutura e ninguém sabia de show nenhum. Liguei cancelando tudo.”
Sobre a reunião para falar do programa de TV, Lustosa afirma que não foi Araújo que conseguiu. “Ele falou que tinha patrocínio de uma marca de cachaça, mas nunca apresentou nada de verdade.” Segundo ele, os próprios executivos do canal desencorajaram a ida de Dedé a Fortaleza, pois não havia interesse em financiar o projeto. “O Dedé está em uma fase linda, trabalhando muito, falei para ele tirar isso da cabeça agora e, se for necessário, depois entramos com uma ação por difamação.”
O advogado José Adailson da Silva Filho, que entrou com o processo em nome de Araújo, explica que eles pedem 35.000 reais de compensação por perdas materiais e 250.000 reais por danos morais. O processo tramita na 10ª Vara Cívil de João Pessoa. Nesta quinta-feira, Dedé estreia nos cinemas a comédia A Repartição do Tempo. No mesmo dia subirá no palco do Centro Cultural Banco do Brasil de Brasília, com o lançamento do espetáculo Palhaços.