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Haja licença poética: parto de novela não tem cordão nem sangue

Com Ritinha em ‘A Força do Querer’, Gloria Perez tinha a chance de se redimir do parto com shortinho de Morena em ‘Salve Jorge’. Mas não foi dessa vez

Por Maria Carolina Maia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 1 jun 2017, 09h21 - Publicado em 31 Maio 2017, 11h39

Na rua, um tiroteio derruba um colega de Jeiza (Paolla Oliveira), que cai no chão ensanguentado. Tensa, a policial se esgueira pelos carros parados na via, travada pela troca de tiros, até ouvir pancadas no vidro de um táxi amarelo, de Marilda (Dandara Mariana), a fiel escudeira de Ritinha (Isis Valverde), que, em trabalho de parto, sua a ponto de se desidratar sobre o banco traseiro do automóvel. A heroína Jeiza entra no carro e, apesar de reconhecer ali a ex-mulher do seu atual namorado, tchanam, saca um mágico par de luvas cirúrgicas do bolso e dá início ao serviço de parteira. Pode parecer absurdo, mas esse foi apenas o início de uma sequência que, embora seguindo os padrões hollywoodianos da Globo, foi toda ditada por licença poética. As cenas foram exibidas no capítulo desta terça-feira de A Força do Querer, a novela das 9 da emissora.

Da posição em que estava, diante das pernas abertas de Ritinha, Jeiza olhou para o bebê e cravou o diagnóstico. “Ele está invertido. Seu bebê não está na posição de nascer, tá bom?”, disse a policial, demonstrando possuir conhecimentos obstétricos preciosos. “Eu vou virar. Respira. Isso, agora faz força”, ditou Jeiza, que enfiava e tirava as mãos do pimpolho sem que as luvas se manchassem de sangue.

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Jeiza (Paolla Oliveira) saca e coloca as luvas diante de uma suada Ritinha (Isis Valverde) (Reprodução/TV Globo)
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Jeiza (Paolla Oliviera) acerta a posição do bebê para o parto (Reprodução/TV Globo)

Cirurgia concluída, a policial-lutadora-de-MMA-e-parteira entregou o filhote – um senhor bebê – à mãe, sem qualquer menção ao cordão umbilical. Depois, para fechar a sequência, Ritinha foi para casa, e não atrás de um médico ou de um hospital, como seria sensato, digamos.

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Jeiza (Paolla Oliveira) com o bebê de Ritinha (Isis Valverde) nos braços e as luvas incrivelmente brancas (Reprodução/TV Globo)
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Ritinha (ísis Valverde) com seu pimpolho no colo. No canto direito, as luvas imaculadamente brancas da parteira Jeiza (Paolla Oliveira) (Reprodução/TV Globo)

Gloria Perez tinha, com o parto de Ritinha, a chance de se redimir do erro que cometeu em Salve Jorge, quando a protagonista Morena (Nanda Costa) pariu sozinha em uma gruta em Instambul, sem nem mesmo tirar o shortinho que obstruía a passagem do bebê. E a novelista virou piada nas redes sociais. Não foi dessa vez, porém, que a dramaturga seguiu a cartilha da realidade. Gloria preferiu investir de novo na licença poética. E virou de novo piada nas redes.

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