Francisco Brennand: o escultor monumental
O artista morreu na quinta-feira 19, aos 92 anos, de uma infecção pulmonar, no Recife

Nascido em uma família tradicional do Recife, o jovem Francisco Brennand descobriu a cerâmica bem cedo: seu pai era dono de uma fábrica de produtos de barro. Em 1949, aos 22 anos, Brennand fez uma viagem à Europa que confirmaria o valor de sua paixão: ao verificar que o mestre espanhol Pablo Picasso também se devotava à escultura de cerâmica, ele constatou que aquela forma de arte podia ser tão elevada quanto a pintura. Sua obra monumental — inclusive em escala — é a prova definitiva disso. Brennand se dedicaria, a partir do início dos anos 70, à transformação de uma olaria abandonada de seu pai, fundada em 1917, em um extraordinário ateliê a céu aberto nos arredores do Recife. Suas grandes esculturas — que unem o arrojo modernista a influências da cultura popular nordestina e de certa estética medieval — são belezas inescapáveis na paisagem urbana da capital pernambucana. Morreu na quinta-feira 19, aos 92 anos, de uma infecção pulmonar, no Recife.
Publicado em VEJA de 25 de dezembro de 2019, edição nº 2666