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Filme português faz rir em Cannes com sátira de Cristiano Ronaldo

‘Diamantino’, coprodução brasileira, é uma comédia nonsese em que o governo planeja clonar o jogador de futebol

Por Raquel Carneiro, de Cannes
12 Maio 2018, 06h28

Em Portugal, Cristiano Ronaldo transita entre a fama de ídolo e motivo de chacota. A disparidade é inspiração para o protagonista do filme Diamantino, uma coprodução do Brasil com os colegas da terrinha, apresentado na Semana da Crítica do Festival de Cannes.

O longa é uma comédia deliciosa que coloca, sem medo, os dois pés no campo da fantasia social e da ficção científica, uma combinação que faz jus ao adjetivo nonsense. O jogador de futebol Diamantino (vivido por um musculoso Carloto Cotta, que em muitos momentos lembra as feições do camisa 7 português) é o símbolo do herói futebolístico — título bem conhecido no Brasil, dado à nomes como Neymar, Ronaldinho, Pelé, entre tantos outros. Na trama, ele leva o país à final da Copa do Mundo 2018, na Rússia. Em um momento decisivo, ele perde um gol, e o herói se torna nada mais que memes na internet.

A queda tem um motivo. O talento em campo não se reverte no quesito inteligência. Absolutamente ignorante, um dia antes da final, o jovem descansa em seu iate com o pai e amigos, quando vê ao longe um bote repleto de pessoas desnutridas e tristes. “São refugiados”, explica ao pai, que ouve de volta: “O que são refugiados?”. Diamantino então avisa aos espectadores do filme que ele não é lá muito entendido do que acontece no mundo. A imagem dos refugiados toma sua mente e o atrapalha em campo. Antes de saber que pessoas precisavam fugir de seus países, a visão que o levava ao gol era a de cachorrinhos peludos e fofos. Sim, as cenas mostram o rapaz correndo no gramado acompanhado de gigantescos shih tzus e yorkshires, entre fumaça rosa.

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Cena do filme ‘Diamantino’, coprodução entre Brasil e Portugal, exibido no Festival de Cannes (//Divulgação)

A falta de intelecto do rapaz, fonte de boa parte do riso na plateia, o faz ser manipulado pelas irmãs, que não só roubam a fortuna do jogador como o vendem para um experimento genético do partido ultranacionalista que pretende cloná-lo, com o intuito de formar um time completo de Diamantinos. Assim, Portugal nunca mais perderá jogos de futebol e o povo só se importará com o esporte, deixando de lado questões políticas.

E todo o descritivo acima é menos da metade do roteiro. A combinação absurda tinha tudo para dar errado, mas não deu. O longa é divertido, por vezes aparvalhado, mas consegue passar sua mensagem. Falta saber o que Cristiano Ronaldo vai pensar, ou não, sobre o longa.

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