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Filas, goteiras e caos: como o Museu do Louvre se tornou vítima do próprio sucesso

Em visita à instituição, presidente francês Macron anunciou medidas de saneamento e ampliação, incluindo uma novidade sobre a Mona Lisa

Por Marcelo Marthe Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 28 jan 2025, 13h30 - Publicado em 28 jan 2025, 09h19

Nesta terça-feira, 28, os dirigentes do Louvre — o mais famoso museu do mundo — aguardavam com ansiedade a visita do presidente francês, Emanuel Macron, às suas galerias. Mais que pela pompa de receber uma autoridade que fez questão de discusar no mesmo Louvre quando foi eleito pela primeira vez, em 2017, a expectativa decorre de certo desespero: a instituição que é sinônimo do orgulho da França e símbolo maior da arte universal está, quem diria, pedindo socorro. Se depender do anúncio de grandes novidades feito enfim por Macron, a glória do Louvre pode ser resgatada em um futuro próximo.

Na visita, o presidente francês revelou planos para que a Mona Lisa ganhe uma nova sala mais espaçosa como parte do esforço para “redesenhar, restaurar e ampliar” o Louvre, com expectativa de entrega das obras até 2031, no mais tardar. O plano, batizado de Novo Renascimento, deve consumir centenas de milhões de euros e tem o objetivo de tornar o Louvre o “epicentro da história da arte na França e no mundo”, disse Macron.

O que aconteceu com o Louvre?

A situação do museu é algo paradoxal. Ao mesmo tempo em que colhe recordes de visitação ano após ano, atraindo coisa de 8 milhões de visitantes anualmente, o Louvre padece com a falta de investimentos para dar conta desse fluxo insano de turistas do mundo inteiro. Nos anos 1980, o local foi modernizado, ganhando sua famosa pirâmide, com o objetivo de atender à demanda que só faz crescer. O espaço renovado tinha capacidade para receber coisa de 4 milhões de pessoas anualmente, metade do que recebe hoje. O resultado dessa defasagem é conhecido por todo turista brasileiro que já foi até lá para conferir a Mona Lisa, de Da Vinci, e outras obras-primas:  filas imensas, muito caos e burburinho nos corredores e galerias — tudo, menos a paz reflexiva necessária à boa fruição da arte.

Mas enfrentar hordas de turistas é do jogo em qualquer atração turística ou grande museu nas metrópoles globais, claro. A questão é que atualmente esse quadro se agravou muito no Louvre. Após esperar por cerca de uma hora na fila, o visitante enfrenta galerias superlotadas — a sensação de sufoco para vislumbrar de longe a Mona Lisa só piorou. E a falta de investimento na infraestrutura nos últimos anos trouxe novos dissabores inimagináveis. Há goteiras, vazamentos, salas com climatização que deixa a desejar.

Como a França vai lidar com a crise no Louvre?

A situação chegou a tal ponto que o honorável diretor do Louvre, Laurence des Cars, não se aguentou: em uma carta dura enviada neste mês ao Ministério da Cultura da França, ele alertou sobre todos esses problemas e afirmou que o Louvre, hoje, está tristemente abaixo dos padrões de excelência dos museus mundiais. Um vexame só ampliado pelo fato de que a marca Louvre se ocupou nos últimos anos com investimentos na abertura de dois entrepostos longe de Paris, na cidade de Lens, no Norte da França, e em Abu Dhabi, no Oriente Médio. Seu estado crítico contrasta, sobretudo, com a recente reabertura com pompa da Catedral de Notre Dame, reformada de forma exemplar após ser destruída por um incêndio. Durante esse esforço, o Louvre ficou esquecido, mas agora será sua vez de ganhar atenção das autoridades, garantiu Macron.

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