Estátua de cera pode conter digital de Michelangelo, revela série da BBC
Descoberta foi feita por estudiosos do Victoria & Albert Museum, em Londres, durante processo de mudança do local da peça no meio da quarentena
Um grupo de especialistas do Victoria & Albert Museum (V&A), em Londres, descobriu o que eles acreditam ser a impressão digital de Michelangelo em uma pequena estátua de cera. A descoberta foi revelada no primeiro episódio da série da BBC Secrets of the Museum e, segundo a publicação especializada Art News, a digital teria aparecido depois que a peça foi transportada de seu local original para um depósito mais fresco no porão da instituição, para protegê-la do aumento da temperatura enquanto o museu estava fechado.
Cinco meses depois, a escultura foi devolvida ao local original e os curadores notaram uma impressão digital nas nádegas da estatueta, que provavelmente se tornou visível graças às mudanças na composição química da cera causadas pela flutuação da temperatura ou dos níveis de umidade. “É uma perspectiva empolgante que uma das impressões de Michelangelo possa ter sobrevivido na cera”, disse um dos curadores seniores do V&A, Peta Motture, em um comunicado à imprensa da BBC.
Segundo o museu, a pequena figura de cera vermelha é o esboço para a escultura de mármore inacabada Jovem Escravo, encomendada para o túmulo do Papa Júlio II, morto em 1513. O projeto original, planejado em 1505, teria 40 estátuas em tamanho original, mas a a ideia megalomaníaca não foi pra frente, e o complexo acabou sendo construído de maneira muito reduzida na soberba igreja de San Pietro in Vincoli, em Roma, em 1545. O modelo difere do mármore inacabado, exposto na Galeria da Academia, em Florença, em vários detalhes, sugerindo que o mestre renascentista refinou o projeto no mármore.
Mais detalhes sobre a descoberta devem ser revelados nos próximos episódios da produção, que acompanha os especialistas no processo. Confira imagem: