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Ennio Morricone ganha álbum póstumo com sete faixas inéditas

Novo disco terá músicas mais 'experimentais' do compositor de trilhas sonoras, com lançamento previsto para 6 de novembro

Por Tamara Nassif Atualizado em 16 out 2020, 16h03 - Publicado em 16 out 2020, 15h38

Depois de quatro meses da morte de Ennio Morricone, o premiado maestro e compositor italiano por trás de grandes trilhas sonoras do cinema, ele vai ganhar seu primeiro disco póstumo, batizado de Morricone Segreto. Composto por sete faixas inéditas, datadas entre as décadas de 1960 e 1980, será lançado em 6 de novembro, tanto em plataformas digitais, quanto em formato de CD e vinil.

Descrita como “uma viagem sonora tingida de ácido através de vozes misteriosas, guitarras fuzz, cordas arejadas, sintetizadores e grooves modernos”, a coleção remonta peças mais experimentais e inovadoras do compositor, pertencentes a filmes que, em alguns casos, nem chegaram a ser lançados.

“Estamos trabalhando com as trilhas sonoras de vários filmes que podem não ter feito muito sucesso, mas isso não significa que as músicas sejam menos importantes”, disse Filippo Sugar, CEO da Sugar Music, à revista Variety. O projeto está sendo tocado em conjunto a gravadora “casa” de Morricone, Decca Records.

Mais do que relembrarem grandes composições do maestro, como a faroeste The Good, The Bad And The Ugly, as faixas fazem parte de gêneros menos populares do cinema, como o “gialli” italiano, de romances e suspenses policiais, e o noir francês, de suspenses em chiaroscuro. Uma delas integra o experimental Lui Per Lei, do diretor italiano Claudio Rispoli, que nunca foi lançado e que tem “uma trilha sonora que mistura experimentação, psicodelia, rock alternativo e lounge”, de acordo com Pierpaolo De Sanctis,  responsável pela curadoria de Morricone Segreto.

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Também está La Smagilatura, um thriller germano-italiano de 1975 que, passado em um cenário distópico ditatorial, tem a composição dodecafônica de Morricone em “tons escuros e claros”, tocada “como se não houvesse amanhã”.

Nascido em Roma em 10 de novembro de 1928, Ennio Morricone já era um músico prodígio em tenra idade. Seguindo os passos do pai, aprendeu a tocar trompete e logo em seguida começou a compor canções, aos 6 anos de idade. Ganhou notoriedade internacional ao fazer uma parceira de sucesso com o cineasta Sergio Leone, da qual foi cunhado o gênero conhecido como “Western spaghetti”, o faroeste italiano que abriga Por um Punhado de Dólares (1964), Por uns Dólares a Mais (1965), Era uma Vez no Oeste (1968) e Uma Vez na América (1984).

Em 2017, foi premiado com seu primeiro Oscar por Os Oito Odiados, dirigido por Tarantino, e concorreu por outros cinco filmes: Cinzas do Paraíso (1979), A Missão (1986), Os Intocáveis (1987), Bugsy (1991) e Malèna (2001). Em 6 de julho deste ano, Morricone faleceu aos 91 anos de idade, 10 dias após sofrer uma queda e fraturar o fêmur.

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