Elizabeth Wurtzel: A confissão de uma geração
Autora de 'Nação Prozac' morreu na terça-feira 7, aos 52 anos, das complicações de um câncer de mama, em Nova York

Em 1986, Elizabeth Wurtzel era uma garota de apenas 19 anos, mas já se aventurava em um gênero mais afeito a autores com longa bagagem de vida: o memorialismo. Sua modesta ambição, de início, era narrar a experiência como estudante na prestigiosa Universidade Harvard. Mas o livro, publicado finalmente em 1994, acabou se revelando uma empreitada de alcance bem mais amplo. Nação Prozac foi um best-seller instantâneo, que inaugurou a tendência até hoje onipresente dos relatos confessionais de jovens dispostos a compartilhar suas angústias, extraindo delas uma mensagem de consolação. Para além do sucesso editorial, Elizabeth deu rosto e voz a uma realidade incômoda: o vazio existencial de uma geração de mulheres que procuravam o antídoto à melancolia no uso de antidepressivos e no vício em drogas e analgésicos pesados. “Se Nação Prozac tem um objetivo, é dizer sem meias palavras que a depressão clínica constitui um problema real que arruína vidas, e quase levou a minha”, declarou. Ela morreu na terça-feira 7, aos 52 anos, das complicações de um câncer de mama, em Nova York.
Publicado em VEJA de 15 de janeiro de 2020, edição nº 2669