Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Eddie Murphy: “Se a piada ofende, não é engraçada”

O humorista americano explica a VEJA por que, três décadas após a comédia original, retomou seu personagem icônico no filme 'Um Príncipe em Nova York 2'

Por Felipe Branco Cruz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 13h22 - Publicado em 5 mar 2021, 06h00

Que tal a experiência de interpretar o príncipe Akeem — agora rei — 33 anos depois? Foi fácil. Eu consigo me “ligar” e “desligar” com facilidade de um personagem. Estava ansioso porque o primeiro filme é muito popular e está na TV o tempo todo. Tenho um carinho muito grande pelo personagem.

Neste ano, o governo brasileiro alterou a classificação etária de Um Príncipe em Nova York de “livre” para “maiores de 14 anos”. A sociedade está mais conservadora? Mudaram depois de 33 anos (risos)? Aqui nos Estados Unidos, a recomendação é “R” (para maiores de 17 anos) e eu sempre reclamei dela. Se tirarmos uns poucos palavrões e uma cena em que uma mulher sai de uma banheira e diz “seu pênis real está limpo”, o filme é livre para todas as audiências. Estamos, sim, passando por um período em que as pessoas estão um pouco mais rigorosas e tensas, se ofendendo mais facilmente. Mas é uma fase. Quando algo é engraçado, é engraçado. Eu nunca vi algo que fosse absurdamente engraçado e, ao mesmo tempo, ofensivo. Se a piada ofende, não é engraçada.

Aos 59 anos, acredita que seu jeito de fazer humor mudou? Os tempos mudaram, e o público mudou. As pessoas mudam. Mas se algo é muito, muito hilário, então é atemporal. Não vai ficar datado. Os filmes do Charlie Chaplin são em preto e branco, não têm som, mas continuam divertidos.

Hoje em dia, o humor precisa ser politicamente correto? Não penso no humor dessa forma. Quando tenho uma ideia de piada, apenas quero ser o mais engraçado possível. Basta isso. Não penso no politicamente correto, se vou ofender ou pisar no calo de alguém. Por outro lado, eu não sou o mesmo humorista que era quando jovem. Talvez eu fosse mais controverso. Conforme envelheci, eu mudei. Hoje, não tenho mais ideias controversas, mas nem por isso perdi a graça.

Se o personagem Akeem fosse jovem hoje e viajasse para Nova York, ele iria a um protesto do Black Lives Matter? Akeem se tornou rei de uma nação. Zamunda (o país africano fictício do filme) é uma bolha. Por isso, esses personagens jamais entrariam em situações como essas. Um Príncipe em Nova York é um conto de fadas moderno. O filme se tornou a primeira comédia com um elenco totalmente negro a fazer sucesso mundial justamente por não entrar em questões políticas. Quando nós, negros, fazemos filmes, nós colocamos na tela nossa história. Ou seja, injustiças sociais, escravidão — enfim, coisas realmente dramáticas. Mas esse filme não é político. É sobre fazer a coisa certa, sobre família, amor e tradição.

Continua após a publicidade

A franquia Karatê Kid ganhou uma série de TV também retomando os personagens trinta anos depois. O mundo foi dominado pela nostalgia dos anos 80? Não acho. A pessoas estão interessadas em filmes de grande apelo visual, como os de super-heróis. Não sinto essa nostalgia. Vivo o presente, sempre caminhando para a frente.

Publicado em VEJA de 10 de março de 2021, edição nº 2728

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.