Diretor de ‘Rio’ vai transformar orixás do candomblé em super-heróis
Carlos Saldanha anunciou filme inspirado em Iemanjá e comanda projeto em parceria com a Warner para retratar histórias da religião de matriz africana

O cineasta Carlos Saldanha, famoso pelas animações Rio e A Era do Gelo, irá co-criar e dirigir um filme em que transpõe a história de Iemanjá para o universo dos super-heróis, noticiou a Variety nessa quarta-feira, 2. Segundo a publicação, o longa Iemanjá — Deusa do Oceano é o primeiro de um projeto mais extenso que deve transportar para o mundo dos heróis uma série de divindades do Candomblé.
“Iemanjá é um símbolo para todos os brasileiros, independentemente da religião ou fé de cada um de nós. Acreditamos no poder dessa figura, parte de nossa herança ancestral, que tem tudo para cativar o público ao redor do globo da mesma forma que os deuses gregos, romanos, persas ou escandinavos”, disse Saldanha em comunicado.
Programado para ser filmado em 2023, o longa é uma parceria entre a Warner e o estúdio brasileiro Ventura, lançado recentemente em São Paulo. “No Candomblé, há deuses e deusas interagindo entre si. É muito interessante porque nem todos são positivos, têm seus defeitos, têm guerras, são muito complexos. Então surgiu a ideia de transformar isso em uma saga de super-heróis”, disse João Queiroz, sócio-fundador da Ventre, que planeja financiar o projeto ambicioso com um misto de recursos públicos e privados.
A atriz Camila Pitanga se junta à equipe como produtora-executiva, e o professor da UFRJ Renato Nogueira, pesquisador do Laboratório de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas, ficará responsável por traduzir elementos da cultura iorubá para um filme de super-heróis.
Famoso no mundo das animações, Saldanha mergulhou no mundo dos live-actions com a série A Vida Invisível, da Netflix, uma mistura de terror e suspense inspirado em lendas brasileiras como Saci e Iara. O cineasta também deu visibilidade ao país com a animação Rio, que acompanha um grupo de aves cariocas. Agora, deve seguir com sua saga verde-e-amarela levando para as telas elemento das religiões de matriz africana, muito presentes na cultura nacional.