DiCaprio defende filme de Scorcese acusado de valorizar ganância

O ator Leonardo DiCaprio saiu em defesa do novo filme do cineasta Martin Scorcese, O Lobo de Wall Street, do qual também é produtor e protagonista. Após se tornar alvo do Peta (sigla para People for the Ethical Treatment of Animals, ou Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais) por usar um chimpanzé nas filmagens, a produção foi recentemente acusada de glamourizar a ganância e a vida desenfreada de Jordan Belfort, corretor de ações que inspirou o roteiro.

“Este filme pode confundir algumas pessoas. Eu espero que o público entenda que não estamos fazendo uma apologia a este tipo de comportamento, estamos acusando”, disse DiCaprio em entrevista ao site da revista Variety.

A trama foi baseada na autobiografia de Belfort, que atuou na bolsa norte-americana e se envolveu em crimes e abuso de drogas até entrar em decadência nos anos 1990. Na última semana, Christina McDowell, filha de Tom Prousalis, um dos sócios de Belfort que faliu, publicou uma carta aberta na revista LA Weekly, em que condena a maneira que o diretor tratou a “obsessão americana pela riqueza” e a “glorificação da ganância e do comportamento psicopático”.

Para DiCaprio, a produção, na verdade, faz uma sutil crítica ao estilo de vida e atitudes de Belfort. “Quem assistir ao filme até o final vai entender o que queremos dizer sobre estas pessoas e seu mundo, pois é inebriante”, disse. “Eu aprecio a honestidade de Jordan Belfort ao escrever sobre sua trajetória hedonista durante o período que atuou na Wall Street. É raro alguém mostrar o lado obscuro de sua vida”, completou o ator sobre a biografia que leva o mesmo nome do longa.

O ator ainda ressaltou que o filme, considerado uma aposta para o Oscar 2014, é uma “trama fora da caixa”, que provoca as mais diversas reações do público. No Brasil, O Lobo de Wall Street está previsto para estrear em 24 de janeiro.