
Presença constante diante das câmeras desde os primórdios da televisão no país, Lolita Rodrigues encantou os brasileiros durante mais de sete décadas, com seu bom humor e vitalidade. Ao lado das amicíssimas Hebe Camargo e Nair Bello, formou um trio cheio de graça, simpatia, piadas impagáveis e ataques de riso. Filha de espanhóis, a atriz, cantora, locutora e apresentadora nascida em Santos debutou nas radionovelas aos 10 anos. Logo depois, migrou para a TV e marcou presença em programas e novelas das principais emissoras da época, como Tupi, Record e Excelsior. No auge da fama apresentou, junto com o marido, Aírton Rodrigues, o Almoço com as Estrelas e o Clube dos Artistas. Mas seu currículo ostenta também a marca de ter sido uma das protagonistas da primeira telenovela diária nacional, além de participações em sucessos como Sassaricando, Rainha da Sucata e A Viagem, já na Rede Globo. Aos 80 anos, depois de atuar em Viver a Vida, anunciou sua aposentadoria e mudou-se para João Pessoa, na Paraíba, onde vivia a filha Silvia (esse, aliás, era seu nome de batismo). “A velhice é uma indignidade e a certeza inabalável de que o inferno existe”, proclamou — sem deixar, no entanto, de usar o humor como um antídoto contra os dissabores da existência. Lolita morreu de pneumonia no dia 5, aos 94 anos, em João Pessoa.
Sorrisos na tela

Poucas são as novelas clássicas e reprises que não contenham cenas vividas por Elizângela. Natural de Resende, no estado do Rio, a atriz venceu a penúria para estrear, ainda criança, na TV. Em 1966, com 15 anos, atuou em seu primeiro filme, Quelé do Pajeú, pelo qual ganhou um prêmio de atriz revelação. De lá para cá foram dezenas de produções estampando seu nome e seu sorriso, com destaque para as novelas Pecado Capital, Roque Santeiro e A Força do Querer (a última, em 2017). Na pandemia, causou polêmica ao se recusar a tomar vacina e criticar a imunização nas redes sociais — contraiu Covid e chegou a ser intubada. Morreu no dia 3, aos 68 anos, de parada cardíaca, em Guapimirim (RJ).
Desempenho inédito

A 19ª edição dos Jogos Pan-Americanos, sediada em Santiago, no Chile, foi uma das mais apagadas da história, com pouca repercussão na imprensa e nas redes sociais. Neste cenário adverso, porém, os atletas brasileiros superaram as expectativas e conquistaram 205 medalhas, um recorde histórico que colocou a delegação nacional em segundo lugar no placar geral, atrás apenas dos Estados Unidos. Foram 66 ouros, 73 pratas e 66 bronzes em modalidades tão diversas como skate, tênis de mesa, esgrima e karatê. A seleção masculina de futebol obteve seu quinto ouro pan-americano ao vencer os anfitriões chilenos nos pênaltis após empate no tempo normal. Outro marco: as mulheres, pela primeira vez, contabilizaram mais vitórias do que os homens. Os atletas festejaram seu feito na Cerimônia de Encerramento, no dia 5, em Santiago.
Publicado em VEJA de 10 de novembro de 2023, edição nº 2867