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Datas: Claes Oldenburg, Eunice Durham e Francisco Morales Bermúdez

O artista plástico, a antropóloga e o general

Por Redação Atualizado em 4 jun 2024, 11h23 - Publicado em 22 jul 2022, 06h00

É possível fazer arte da banalidade do cotidiano? Sim, é o que ensinaram alguns dos grandes nomes da pop art americana da segunda metade do século XX, como Andy Warhol (1928-1987) e Roy Lichtenstein (1923-1997), colados a produtos de prateleiras de supermercados e histórias em quadrinhos. Um nome menos conhecido desse grupo foi o artista plástico de origem sueca Claes Oldenburg. Sua marca registrada: obras colossais espalhadas por praças e parques, como um hambúrguer de lona do tamanho de um sofá, um pregador de roupa enferrujado mais alto que uma casa, uma imensa colher a sustentar uma cereja. Por trás do evidente humor de suas peças havia um olhar preocupado com a política. No fim dos anos 1960, um de seus trabalhos, um batom sobre as esteiras de um tanque militar, foi adotado como símbolo pelos opositores da Guerra do Vietnã.

Profundo conhecedor da história da arte e da literatura, Oldenburg gostava de lembrar de suas influências, como o francês Marcel Duchamp (1887-1968), de quem tomou emprestado a irreverência das chamadas peças ready made, a estratégia de se apropriar de objetos já existentes e levá-los a museus, como o célebre mictório de porcelana, feito no longínquo 1917 — ironicamente intitulado A Fonte —, hoje exposto no Museu de Arte Moderna de Paris. “Minha intenção era fazer objetos do dia a dia que escapassem a qualquer definição”, disse Oldenburg a respeito de sua obra, que muito raramente mostrava seres humanos. Ele morreu em 18 de julho, aos 93 anos, de causas não reveladas pela família, em sua casa e estúdio no SoHo, no coração de Manhattan. Ainda trabalhava.

Zelo pela educação

PARCERIA - Eunice Durham: orientadora de Ruth Cardoso -
PARCERIA – Eunice Durham: orientadora de Ruth Cardoso – (./.)

A ciência e a educação brasileiras, maltratadas no governo de Bolsonaro, devem muito à antropóloga e cientista política Eunice Durham. Ela foi presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, ocupou as secretarias nacionais do Ensino Superior em 1991 e 1992 e de Educação Superior, de 1995 a 1997, ligadas ao Ministério da Educação, e foi membro do Conselho Nacional de Educação, de 1997 a 2001. Seu conhecimento sobre a imigração italiana no Brasil, assunto a respeito do qual defendeu dissertação de mestrado, a fez ser orientadora do trabalho de doutorado sobre a imigração japonesa de Ruth Cardoso, mulher de Fernando Henrique Cardoso e ex-primeira-dama, com quem manteve a amizade. Eunice morreu em 19 de julho, aos 90 anos, em São Paulo.

O general da repressão peruana

FORÇA - Morales Bermúdez: no centro do Plano Condor -
FORÇA - Morales Bermúdez: no centro do Plano Condor – (Pedro Martinelli/.)
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“Em que momento o Peru se ferrou?”, perguntou o escritor Mario Vargas Llosa por meio de seu alter ego nas primeiras linhas de um clássico, Conversa no Catedral (ressalve-se que ele usou um verbo um tantinho mais forte e muito mais adequado). É pergunta sem resposta clara, há várias possibilidades, mas uma pista pode estar no nome de Francisco Morales Bermúdez, o general e ditador que governou o país com mão de ferro de 1975 a 1980. Morales foi condenado, à revelia, à prisão perpétua em fevereiro deste ano, na Itália, pela morte de dois ítalo-argentinos, no marco do chamado Plano Condor, de coordenação entre as forças repressivas das ditaduras da América Latina nos anos 1970 e 1980. Ele morreu em 15 de julho, aos 100 anos, em Lima, de problemas cardíacos.

Publicado em VEJA de 27 de julho de 2022, edição nº 2799

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