Relâmpago: Digital Completo a partir R$ 5,99

Corta para ela

Lorena Bobbitt, a mulher que decepou o pênis do marido, ganha série no Prime Video, da Amazon — engrossando o filão de sucesso dos documentários criminais

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 15h53 - Publicado em 15 fev 2019, 07h00

Homens ao redor do mundo suaram frio em junho de 1993, quando os jornais americanos deram a aflitiva (e, até certo ponto, risível) notícia da moça que cortou o pênis do marido enquanto ele dormia. O motivo? Vários — e violentos. O casamento de Lorena e John Wayne Bobbitt durou quatro anos e terminou no lance do orgulho masculino extirpado (que se desdobraria numa cirurgia de reimplante do dito-cujo). Apesar da repercussão, poucas análises escaparam da piada pronta. Debaixo do tapete ficaram discussões sobre machismo, violência doméstica e estupro. Vinte e cinco anos depois, a série documental Lorena — disponível no Prime Video, da Amazon — examina esses temas.

Se na época o marido se manteve mais em evidência que a mulher, em virtude de bizarrices como sua conversão em ator pornô, o programa de quatro episódios revê o caso pela ótica dela — bem ao espírito dos tempos de movimentos como o Me Too. “Minha intenção era desmistificar a ideia da louca que mutilou o marido por vingança”, conta o diretor Joshua Rofé, que também assina a produção ao lado de Jordan Peele, do filme Corra!. “Lorena foi abusada e agredida. A razão que a levou ao extremo se perdeu em narrativas erradas. Queremos contar essa história de forma honesta e factual.”

Bandeiras feministas à parte, a série reforça um filão momentoso: o dos documentários que fundem investigação e drama de tribunal. Antes um primo pobre do cinema e da TV, o gênero documental ganhou súbita popularidade nas plataformas de streaming ao revisar com lupa (e algumas licenças narrativas capciosas) crimes já julgados pela Justiça. A tendência ganhou fôlego no universo dos podcasts e caiu nas graças da Netflix, dona de sucessos como Making a Murderer, Amanda Knox e o recente e controverso Conversando com um Serial Killer: Ted Bundy.

Como os demais programas, Lorena se vale de táticas ficcionais para tornar a trama mais atraente. Há um trabalho de pesquisa profundo, com depoimentos de ambos os lados. A parte do tribunal é a espinha dorsal da série. Enquanto o primeiro julgamento, em que o marido era acusado de estupro, não pôde ser acompanhado pelas TVs, aquele que teve Lorena no banco dos réus foi televisionado. Ambos foram absolvidos, mas a série tem outro veredicto: em briga de marido e mulher, às vezes é preciso meter a colher — antes que a faca entre em ação.

Publicado em VEJA de 20 de fevereiro de 2019, edição nº 2622

Continua após a publicidade
Continua após a publicidade
carta
Envie sua mensagem para a seção de cartas de VEJA
Qual a sua opinião sobre o tema desta reportagem? Se deseja ter seu comentário publicado na edição semanal de VEJA, escreva para veja@abril.com.br
Continua após a publicidade
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês
DIA DAS MÃES

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.