Confira pílula exclusiva do filme que fez Almodóvar chorar
'120 Batimentos por Minuto', que estreia 4 de janeiro, teria levado a Palma de Ouro em Cannes, se dependesse só do espanhol, então presidente do júri
Ao ser questionado sobre o fato de 120 Batimentos por Minuto, longa sobre a mobilização social que, no início dos anos 1990, exigiu maior compromisso da indústria farmacêutica e das instituições na luta contra a epidemia da aids, não ter levado a Palma de Ouro no Festival de Cannes, no qual presidiu o júri, o espanhol Pedro Almodóvar ficou emocionado (abaixo). “Eu amei o filme. Eu não podia ter amado mais. Fui tocado do início ao fim, e depois disso”, disse o espanhol, em uma fala embargada na qual explicou também, ao jornalista que havia lançado a questão, que ele era apenas uma parte do júri, embora o presidisse.
A mobilização ocorrida na França — o Brasil, para traçar um paralelo, contou com figuras como Cazuza à frente desse movimento — pode ser conferida na pílula do longa divulgada em primeira mão por VEJA. Na sequência abaixo, um diretor de escola é acusado de não fazer sua parte na luta contra a doença ao vetar a distribuição de camisinhas no colégio. Ele argumenta que garotos de 16 anos não fazem sexo e é rebatido por uma mãe. “Em que mundo você vive?”, diz ela. “Meu filho tem 16 anos e tem aids.”
120 Batimentos por Minuto, de Robin Campillo (Eles Voltaram e Eastern Boys), narra os esforços do grupo de ativistas Act Up na tentativa de que a sociedade reconheça o valor da prevenção e do tratamento da aids a partir do relacionamento entre Nathan (Arnaud Valois), recém-chegado ao grupo, e Sean (Nahuel Pérez Biscayart), com estado de saúde bastante delicado. O filme estreia no Brasil dia 4 de janeiro.
Confira abaixo o momento em que Almodóvar, diretor que é gay e sempre abordou a temática LGBT em seus filmes, vai às lágrimas ao falar o quanto o longa o tocou.