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Como o Museu do Ipiranga driblou as manifestações do 7 de Setembro

Esperada reabertura em celebração do bicentenário da Independência se dará um dia antes do feriado, evitando as movimentações políticas

Por Amanda Capuano Atualizado em 25 ago 2022, 19h54 - Publicado em 25 ago 2022, 19h06

Fechado desde 2013, o Museu do Ipiranga detalhou a programação de eventos que acontecerão para a sua aguardada reabertura. Na terça-feira, dia 6, a instituição recebe exclusivamente autoridades e patrocinadores, antecipação vista como uma forma de fugir do fatídico 7 de setembro e suas manifestações. No dia seguinte, feriado do bicentenário da Independência, haverá uma inauguração simbólica para convidados: estarão presentes 200 estudantes de escolas públicas, além de trabalhadores da obra de restauração. O público geral pode conferir o resultado da reforma a partir da quinta-feira, 8 — as visitas acontecerão mediante agendamento no site do museu, a partir das 10h do dia 3.

Inaugurado em 7 de setembro de 1895 como museu de História Natural e um monumento à Independência do Brasil, o museu apresenta um dos acervos históricos mais numerosos do país, com mais de 450.000 peças, entre objetos, iconografia e documentação textual que cobrem do século XVII até meados do século XX. Reinaugurado na data do bicentenário da Independência, a instituição entra para um calendário movimentado de eventos em celebração à data, que acontece às vésperas das eleições de outubro.

Nesse cenário de disputa por protagonismo, sabe-se que a reinauguração contará com representantes das esferas federal, estadual e municipal. Próximo do evento, no entanto, ainda não está claro quem serão as autoridades presentes na celebração do dia 6. Uma resolução do TSE proíbe que candidatos compareçam à inauguração de obras públicas nos três meses que antecedem a eleição, então o presidente Bolsonaro e o governador Rodrigo Garcia estariam descartados — fato que pode colaborar para que a reinauguração não sirva de trampolim para propaganda eleitoreira.

Conhecido oficialmente como Museu Paulista da Universidade de São Paulo, a instituição é gerida pela USP, que está sob o guarda-chuva do governo estadual. Sua reforma, por outro lado, foi o projeto de maior captação da história da Lei Rouanet, que repassou mais de 160 milhões de reais para a restauração do museu.

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