Como a editora Seja Breve se tornou o antídoto para o ritmo acelerado dos dias atuais
Com textos curtos e histórias relevantes, editora publica livros com grande apelo e poucas páginas

Os vídeos curtos de 15 segundos do TikTok e o limite de 140 caracteres de um tuíte são apenas alguns dos reflexos da acelerada mudança na maneira como consumimos informações. Com estímulos cada vez mais constantes e uma miríade de distrações que nos impedem de focar nossa atenção, nossos hábitos mudaram. Sentar para ler um livro, uma paixão e um hábito recorrente há alguns anos, torna-se uma missão impossível com os estímulos externos a que somos submetidos. Contar boas histórias e captar a atenção do leitor tem se tornado cada vez mais raro, um desafio abraçado com louvor pela recém-fundada editora Seja Breve, dos escritores e amigos de longa data Bernardo Ajzenberg e Cadão Volpato.
Voltada para livros curtos de ficção e não-ficção com cerca de 80 a 150 páginas no formato de 12X18cm, a editora surge com a missão de publicar pequenos ensaios, memórias, novelas, contos, poemas e eventuais peças de teatro em um ato. O objetivo é acompanhar o ritmo de leitura disperso e estilhaçado que tem sido uma característica do nosso tempo. Seus pequenos livros são um antídoto para o veneno, porque a casa acredita que ler ainda é o melhor remédio, e aposta na excelência e relevância contemporânea daquilo que publica.
“Vivemos tempos difíceis para a concentração”, diz Cadão Volpato a VEJA. “A nossa ideia foi a de fazer livros com apelo imediato, seja pela simplicidade ou pela atração evidente. Mas sempre coisas que tenham relevância. A nossa pretensão é intervir na realidade”, completa.
Para a estreia da editora, cinco histórias como essas serão lançadas em breve: Notícias do trânsito, do próprio Cadão Volpato, O Príncipe do boxe, de Fabio Altman, que é redator-chefe de VEJA,
Despaixão, de Paula Lopes Ferreira, Que não se repita – A quase morte da democracia brasileira, de Eugênio Bucci, e Lugares para chorar no Recife e Outros, de DJ Dolores. Tratam-se de histórias e reflexões que vão direto ao ponto com inteligência e imaginação.
“Queremos descobrir autores e autoras ou revelar o lado B de escritores consagrados, sempre com um pequeno formato simples e atraente, pois nosso objeto favorito ainda é o livro”, diz Volpato. O projeto gráfico é de Paola Giavina Bianchi e as capas trazem todas um desenho de Volpato como ilustração.
O primeiro livro a ser lançado será O Príncipe do Boxe, na sexta-feira, 13 de junho, das 19h às 22h, na Casa do Povo. Rua Três Rios, 253, 3 andar, no Bom Retiro, em São Paulo.




