Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Com Seu Jorge e Mel Lisboa, Spotify aposta em podcast ficcional

'Paciente 63' estreia na quinta-feira, 22, e é a nova investida do streaming na seara das tramas ficcionais feitas para ouvir, como as velhas radionovelas

Por Amanda Capuano Atualizado em 20 jul 2021, 11h10 - Publicado em 20 jul 2021, 10h05

Um homem desconhecido é levado para o hospital depois de ser encontrado nu e apresentar comportamento violento. Lá, ele é atendido por uma psiquiatra para quem se apresenta como Pedro, e diz ser um viajante do futuro enviado ao passado para impedir a disseminação de uma nova pandemia, que acabaria com a humanidade aos poucos. Acostumada com os delírios de seus pacientes, a médica dá ao recém-chegado o diagnóstico de psicótico, mas o que parecia claro em um primeiro momento cai por terra quando Pedro afirma que ela irá ajudá-lo em sua missão, e dispara sobre a médica fatos que ela nunca contou a ninguém. O enredo poderia descrever a próxima ficção científica da Netflix, mas Paciente 63, que estreia na quinta-feira, 22, é criação do Spotify, e fortalece a entrada do streaming na seara dos podcasts ficcionais, ou áudio-séries: narrativas de natureza fictícia que, ao estilo das radionovelas, são contadas apenas em áudio, sem qualquer tipo de recurso visual.

Líder no mercado de podcasts na América Latina, o Spotify passou a investir na ficção em 2018, com o lançamento da áudio-série Sandra, que estreou nos Estados Unidos em abril daquele ano. Em julho de 2020, com o intuito de expandir a ideia para novos locais, a produção foi adaptada para outros quatro mercados: México (Sonia), França (Sara), Alemanha (Susi) e para o Brasil, onde recebeu o nome de Sofia e teve participação de nomes conhecidos, como Cris Vianna, Monica Iozzi e Otaviano Costa.

Quem também entrou no filão este ano foi Cleo Pires, que lançou a série em áudio A Febre de Kuru na plataforma Orelo, disponível para IOS e Android. Dividida em 10 episódios, a história narra um caso famoso do Rio Grande do Sul e traz Cleo e Silvero Pereira na pele de Catarina Palse e José Ramos, conhecidos como os serial killers da Rua Alvoredo. Entre 1863 e 1864, o casal matava moradores da região  para roubar os seus pertences e, segundo as lendas locais, transformavam a carne das vítimas em linguiça vendidas posteriormente no açougue de Carlos Claussner, também cúmplice. Além da dupla, Reginaldo Faria, Lucélia Santos e Negra Li também participam da produção. 

Lá fora, o gênero já é mais prolífico, mas também caminha para se firmar. Pioneiro no ramo, Welcome to Night Vale surgiu em 2012, com a premissa de contar histórias de uma cidade fictícia na região desértica dos Estados Unidos. As narrativas se desenrolam como contos, já deram origem a livros e uma adaptação para a TV que está em andamento. Com uma estrutura de narrativa contínua, Homecoming, originalmente produzido pela plataforma Gimlet em podcast, foi convertida em audiovisual pela Amazon, que lançou a série em seu streaming, com atuação de Julia Roberts. 

Por aqui, um ano depois de Sofia, a nova aposta do Spotify é uma adaptação da chilena Caso 63, com interpretação da atriz Mel Lisboa e do cantor e também ator Seu Jorge, que dão voz à médica Elisa Amaral e a Pedro, o Paciente 63. “É um trabalho bem técnico, porque você não tem artifícios como sua expressão facial ou corporal, você passa a ser apenas uma voz.” aponta Mel, que diz que as técnicas vocais do teatro ajudaram na preparação. Além da interpretação propriamente dita, a série é recheada de recursos sonoros que colaboram para a ambientação, como batidas de portas, bipes de aparelhos médicos, e ruídos propositais. 

Continua após a publicidade

Apesar da comparação com as velhas radionovelas, os processos de produção e pós-produção das áudio-séries lançam mão de ferramentas tecnológicas bem atuais, que permitem um controle maior da narrativa. “É uma linguagem que já existe, mas diferente das radionovelas, que eram transmitidas ao vivo e com sonoplastia feita na hora. As áudio series têm muito mais recursos técnicos”, explica Seu Jorge, que considera a retomada interessante. “Nós vivemos uma geração com fone de ouvido, e o podcast é uma linguagem dentro dessa era. Você não precisa parar para assistir nada, pode escutar a história enquanto faz outras coisas.”

A praticidade do áudio facilita, inclusive, a gravação durante a pandemia, já que depende de uma quantidade muito menor de pessoas para ser produzido do que um filme ou uma série audiovisual. Além disso, o podcast ficcional se aproxima da literatura ao estimular o ouvinte a imaginar a cena através da descrição. “Você imagina aqueles personagens, os espaços, a situação. Você exercita a imaginação e é ativo na série, mesmo que não perceba,” pondera Mel. Há, porém, elementos típicos do audiovisual ficcional, como ganchos instigantes para o próximo episódio, que estimulam o leitor a não desligar da história. “É para se maratonar”, concluem os atores.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.