Berlim: ‘Eva’ está aquém do talento de Isabelle Huppert
A única atração do longa do francês Benoît Jacquot é o embate entre a atriz e Gaspard Ulliel
Nem a poderosa Isabelle Huppert está imune de uma mancha no currículo. Eva, dirigido por Benoît Jacquot e exibido em competição no 68º Festival de Berlim, está bem perto disso.
O problema não é a atriz, mas a realização pouco inspirada de um romance de James Hadley Chase publicado originalmente nos anos 1940 e adaptado para o cinema em 1962 por Joseph Losey, com Jeanne Moreau no papel de Eva.
Huppert, que trabalha pela sexta vez com o diretor francês, é a Eva do título, uma mulher indecifrável. É rica, casada, mas atua como prostituta. Bertrand (Gaspard Ulliel) é um escritor de passado obscuro, que na verdade roubou de outra pessoa sua primeira peça de teatro e agora está sendo pressionado a entregar a segunda. Bertrand, que está noivo de Caroline (Julia Roy), conhece Eva por acaso e fica obcecado.
O que se dá depois disso é um jogo de pôquer entre os dois personagens, com ações inverossímeis e resultado previsível. A grande atração é justamente ver o embate entre Huppert e Ulliel.