Atriz Lucélia Santos volta aos holofotes na equipe de transição de Lula
Militante de esquerda, a atriz de 'Escrava Isaura' se mudou para Portugal e, recentemente, tentou carreira política

Distante da TV, a atriz Lucélia Santos foi anunciada nesta segunda-feira, 14, como integrante do grupo responsável pelo setor cultural no gabinete de transição entre os governos de Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Lucélia foi escolhida ao lado de Áurea Carolina, deputada federal (PSOL-MG); Margareth Menezes, cantora baiana; Antonio Marinho, poeta pernambucano; Juca Ferreira, ex-ministro da Cultura; e Márcio Tavares, secretário de Cultura do PT. O grupo terá a missão de reorganizar a pasta, que perdeu o status de ministério durante o governo Bolsonaro.
Lucélia estava longe dos holofotes, mas nem tanto. A protagonista de Escrava Isaura, sucesso de 1976 da Globo, tentou se eleger deputada federal nas eleições deste ano pelo PSB (Partido Socialista Brasileiro), mas obteve 10.867 votos, número insuficiente para o cargo. Consolidada na dramaturgia, com várias novelas e filmes no currículo, Lucélia, porém, não deixou de atuar como militante de esquerda em paralelo com a carreira de atriz.
Pouco antes de começar sua campanha a deputada, Lucélia estava em cartaz com a peça Vozes da Floresta, sobre o sindicalista e seringueiro Chico Mendes (1944-1988), assassinado em Xapuri (AC). Ela também lançou sua fotobiografia Lucélia Santos – Coragem Para Lutar, escrita por Eduardo Meirelles. Sua última novela no Brasil foi na Record, no folhetim Cidadão Brasileiro, exibido em 2016. Nos últimos anos, a atriz morou em Portugal, onde atuou na novela Na Corda Bamba, da TVI, entre 2019 e 2020. Em uma entrevista à emissora portuguesa, a artista lamentou a perseguição que sofria por seu posicionamento político. “Sou perseguida por isso há muito anos. Eu sempre tive uma posição de esquerda, assumidamente. Sempre estive do lado do trabalhador”, declarou.