Além do futebol: Catar aposta na arte para conquistar turistas na Copa
País do Oriente Médio espalhou esculturas pelo território e oferece até passe especial que dá acesso a uma série de atrações culturais em museus locais
O apito inicial no jogo entre Catar e Equador, no domingo 20, deu o pontapé inaugural da Copa do Mundo do Catar, que agitará o país do Oriente Médio até o dia 18 de dezembro. Controverso por seu desrespeito recorrente aos direitos humanos, o país vê no evento uma forma de “limpar a barra” com o mundo. Além do futebol, que estampará as manchetes durante todo o mês, o arsenal cultural preparado para o torneio é uma aposta poderosa do governo para transmitir ao mundo uma imagem de modernidade. Para isso, a organização do evento transformou a região desértica em uma espécie de “museu a céu aberto”.
Desde que a preparação começou, no ano passado, cerca de quarenta esculturas foram espalhadas pelos arredores de Doha, capital do país. Antes disso, uma série de outras obras já haviam sido adquiridas, como a imponente A Viagem Milagrosa, do inglês Damien Hirst: um grupo de catorze esculturas gigantes de bronze que retratam o desenvolvimento de um feto da fecundação até o nascimento. Entre as novidades destacam-se ainda trabalhos como a instalação Shadows Traveling on the Sea of the Day (Sombras viajando no mar do dia), do islandês Olafur Eliasson, uma série de arcos combinados com espelhos que se misturam à paisagem do deserto; o Dugongo espelhado de 30 metros do americano Jeff Koons; e o TempleEarth do brasileiro Ernesto Neto, que usa do crochê para brincar com a ideia do futebol em uma espécie de gol octogonal.
Para além das esculturas espalhadas pelo Catar, os museus do país também prometem atrair parte do 1,5 milhão de turistas esperados para a Copa. O Catar conta com dois dos museus mais proeminentes do Oriente Médio: o Museu Nacional do Catar e o Museu de Arte Islâmica. No total, cerca de 300 experiências artísticas, entre instalações, exposições e eventos, estão previstas pelo Qatar Creates, programa que tem o inglês David Beckham como uma espécie de “garoto-propaganda”. O projeto oferece um ingresso especial que dá acesso a atrações culturais do país, com valores que vão de 290 a quase 3.000 reais.
A ideia, é claro, é conquistar os turistas para que eles retornem futuramente, Até 2030, o país pretende abrir uma série de instituições artísticas, incluindo Art Mill Museum (AMM), voltado para arte moderna e contemporânea, e o Lusail, dedicado à chamada “arte orientalista”, ambos com projetos apresentados ao público em mostrar especiais.
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