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A volta triunfal do mágico Mister M após enfrentar um drama de saúde

O ilusionista americano que fez fama na TV ao revelar os segredos da profissão ressurge em um novo show após se recuperar de um câncer

Por Felipe Branco Cruz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 10h14 - Publicado em 27 out 2023, 06h00

Em julho de 2019, o americano de origem latina Val Valentino experimentou um momento mágico que nem ele — famoso por revelar os segredos dessa arte na pele do notório Mister M — conseguiu explicar. À época sofrendo de um câncer de próstata avançado, ele garante que foi dado como morto por três minutos. “Os médicos disseram que o caso era gravíssimo”, relatou a VEJA. Nos instantes de inconsciência, o californiano de 67 anos — que ficou conhecido no Brasil em 1999 em um quadro do Fantástico — diz ter visto sua mãe no além, e que ela lhe disse para viajar ao país. Após se recuperar da crise, em fevereiro de 2020, mas ainda enfrentando o câncer, ele finalmente veio ao Brasil, sem saber que a pandemia estava prestes a estourar. Valentino não conseguiu sair daqui e, para piorar, o tumor se agravou a ponto de ele precisar ser submetido a uma cirurgia.

O longo período no país o ajudou na recuperação, que ele credita ao carinho dos brasileiros. Mesmo após 23 anos da exibição de seu quadro na Globo, o personagem ainda é bastante lembrado, especialmente pela impagável narração de Cid Moreira. Agora, como num passe de mágica, ele retorna ao país para uma temporada de shows no Teatro Procópio Ferreira, em São Paulo, onde voltará a envergar sua icônica máscara a partir de 9 de novembro, em vinte apresentações. Como de praxe, Mister M recriará os truques mais famosos da história da mágica, revelando os segredos ao final. Cid Moreira emprestará sua voz, claro, à narração do espetáculo.

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PARCERIA - Com Cid Moreira: narração do apresentador virou marca registrada (TV Globo/Divulgação)

A história do homem por trás da máscara, no entanto, nada tem de glamourosa. Filho de pais divorciados, Leonard Montano (seu nome de batismo) foi criado num bairro pobre de Los Angeles com a ajuda da avó, uma curandeira, daí o interesse pelas coisas místicas. Já adulto, Montano galgou uma carreira de mágico em Las Vegas — e a sorte lhe sorriu quando aceitou o convite do canal Fox para estrelar o especial Quebrando o Código dos Mágicos. O sucesso foi imediato, mas lhe cobrou um preço: nos anos seguintes, teve de enfrentar a fúria dos colegas. Foi expulso das associações de ilusionistas e ficou anos sem conseguir se apresentar nos Estados Unidos — segundo diz, sofreu até ameaça de morte. No Brasil, não foi diferente. Mágicos do Rio Grande do Sul criaram a Associação dos Mágicos Gaúchos Vítimas do Programa Fantástico e conseguiram proibir a exibição do quadro por um mês. Também entraram na Justiça com um pedido de indenização milionária. Não adiantou: o personagem caiu nas graças do povo, e virou tema até de um funk.

Boa noite: Cid Moreira, a grande voz da comunicação no Brasil

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Folclórico e orgulhosamente cafona, Mister M é também um ótimo contador de histórias. Ao redor do globo, diz que ajudou a legalizar a mágica na China, onde a prática era proibida pela ditadura comunista. Também teria quebrado barreiras na muçulmana Indonésia. Pura ilusão dele? O fato é que os governos locais legalizaram a atuação dos mágicos profissionais nas últimas décadas — e ainda o homenagearam publicamente. Para o Príncipe dos Sortilégios, apelido que ganhou de Cid Moreira, os maiores truques já foram feitos: divulgar seu ofício — e, claro, sobreviver. “Meu objetivo sempre foi fomentar uma nova geração de artistas”, diz ele. De volta aos palcos brasileiros, promete novamente surpreender o público após a famosa deixa do ex-locutor global — “e agora, Mister M?”.

“O Brasil salvou minha vida”
Val Valentino, o Mister M, fala sobre seu retorno, a briga com outros ilusionistas e a relação com o país.

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SEM TRUQUES – O artista: pedidos para trazer dinheiro (Luís França/.)
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Como o senhor explica o sucesso que Mister M fez há vinte anos no Brasil? As pessoas querem acreditar na magia. Mesmo quando mágicos tentaram me tirar do ar, o público disse “não”. E eu voltei. Além do Brasil, países que não aceitavam o ilusionismo, como a China e a Indonésia, hoje mudaram suas políticas devido ao sucesso do meu programa. Mas foram os brasileiros que salvaram a minha vida.

Como assim? Em determinado momento, os médicos americanos pediram para eu me preparar para a morte. Em 2019, de fato, cheguei a ser declarado morto por três minutos. Na outra dimensão, vi minha mãe dizendo para eu vir para o Brasil. Cheguei aqui pouco antes da pandemia e não consegui voltar. O câncer piorou e fui operado no Brasil. Me recuperei graças ao carinho e amor dos brasileiros.

Como lidou com a fúria de seus pares ao expor segredos da profissão? Mágicos gostam de enganar e não ser enganados. Eles acharam que eu estava prejudicando o trabalho deles quando, na realidade, abri as portas para novos mágicos.

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O senhor acredita no sobrenatural? É claro que sim. Acredito 1 000%. Existe magia no mundo e existem pessoas com poderes muito além da nossa compreensão.

E qual é o truque que o público mais pede para o senhor realizar? Os principais pedidos são para ensinar a fazer a esposa ou o esposo desaparecerem, ou como fazer surgir dinheiro na carteira.

Publicado em VEJA de 27 de outubro de 2023, edição nº 2865

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