20 anos sem Jorge Amado: 5 boas adaptações da obra do autor baiano
Grande nome da literatura mundial, o escritor é um dos favoritos do audiovisual brasileiro, com bem-sucedidas versões na TV e no cinema
Há exatos 20 anos, no dia 6 de agosto de 2001, o Brasil se despedia de um dos maiores nomes da nossa literatura: o autor Jorge Amado. Com 45 obras publicadas, Jorge Leal Amado de Faria foi o segundo escritor brasileiro mais vendido e traduzido de todos os tempos — e isso diz muito sobre a universalidade de suas tramas e personagens. O sucesso das narrativas tecidas pelo autor baiano foi tanto que elas transcenderam as páginas dos livros para ganhar boas adaptações no cinema, teatro e TV. Confira a seguir cinco grandes adaptações inspiradas em sua obra:
Capitães da Areia (2011)
Mesmo com as tentativas da ditadura de Getúlio Vargas de censurar a história contada em Capitães da Areia taxada de comunista, os órfãos da trama, que viviam de pequenos furtos, sobreviveram ao tempo e foram eternizados no cinema, em 2011. Na adaptação homônima, dirigida por ninguém menos que Cecília Amado, neta do escritor, um grupo de meninos leva a vida nas ruas de uma Salvador bem diferente daquela vista em propagandas de turismo. Com sensibilidade ao tocar em assuntos delicados, o longa traz a essência do material original e se conecta tanto com jovens quanto adultos.
Tenda dos Milagres (1977)
Lançado há mais de 40 anos, o filme dirigido por Nelson Pereira dos Santos ainda traz debates atuais, principalmente sobre racismo. Tenda dos Milagres acompanha a história de Pedro Arcanjo (Juarez Paraíso), intelectual negro que passou a vida à frente da luta antirracista na Bahia do século XX. Com uma estrutura narrativa mais arrojada e que foge ao clássico feijão com arroz, o longa, que teve o dedo de Jorge Amado no roteiro, foi indicado como melhor filme no Festival de Berlim e venceu três prêmios no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.
Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976)
Com roteiro de Eduardo Coutinho, um dos maiores documentaristas do mundo, e direção de Bruno Barreto, Dona Flor e Seus Dois Maridos ganhou os cinemas com a história divertida de uma viúva que se casa novamente, mas recebe visitinhas íntimas de seu falecido marido. Estrelado por Sônia Braga, José Wilker, que dá vida ao falecido, e Mauro Mendonça, o novo esposo, o filme brinca com os dilemas do amor com uma boa dose de irreverência. A produção está disponível na plataforma Globoplay.
Gabriela (1975)
A primeira adaptação de Gabriela, Cravo e Canela para a TV foi um grande sucesso. Passaporte de Sônia Braga, então protagonista, ao estrelato, a novela acompanha a fuga dos nordestinos da seca para Ilhéus, no litoral da Bahia. Dentre os retirantes está a jovem Gabriela, moça ingênua que logo encanta todos os homens da cidade. Exibida na Rede Globo em plena ditadura militar, a novela não escondia suas críticas políticas, muito menos seu teor sensual (e inocente) por parte da personagem que dá nome a trama.
Tieta do Agreste (1989)
Jorge Amado não se opunha à transformação de suas obras em grandes novelas. No caso de Tieta, o autor inclusive pediu para que a atriz Betty Faria vivesse a protagonista caso o livro fosse adaptado. E não é que deu certo? A história, que ganhou contornos folhetinescos nas mãos de Aguinaldo Silva, acompanha Tieta, mulher expulsa de casa e que, após ficar rica trabalhando como prostituta em São Paulo, volta para sua cidade natal, Santana do Agreste, para se vingar. Com personagens marcantes como a carola Perpétua (Joana Fomm), a novela, que teve um desfecho diferente do livro, é uma ótima adaptação que vale a pena ver de novo. Ela também está disponível no Globoplay.