Relembre caso do ‘padre do balão’ que completa 15 anos
Adelir planejava chamar atenção para projeto social ao viajar do Paraná ao Mato Grosso do Sul em mil balões hélio; corpo foi encontrado mais um mês depois
Há 15 anos, no dia 20 de abril de 2008, o padre Adelir de Carli embarcava em um cadeira sustentada por 1000 balões de festa cheios de gás hélio, na cidade de Paranaguá, no interior do Paraná, para tentar completar uma viagem de 20 horas até o Mato Grosso do Sul.
O feito deveria chamar a atenção para um projeto social que tinha como objetivo ajudar caminhoneiros. A viagem também garantiria ao religioso o recorde mundial de voo com balões de festa. O mau tempo, contudo, transformou a aventura em tragédia. O vento forte arrastou o homem para o mar e, um mês e meio depois, seu corpo foi encontrado por um rebocador da Petrobras na costa do município de Maricá, no Rio de Janeiro.
Antes de embarcar, Carli foi questionado por um repórter se não era “teimosia” embarcar com o tempo chuvoso, mas o homem respondeu que em cerca de dez minutos estaria acima das nuvens e, por isso, não seria atrapalhado pelo mau tempo. De fato, em cerca de 20 minutos, os balões já estavam a quase 6 quilômetros de altura, muito acima do que era esperado por sua equipe.
“Graças a Deus estou bem de saúde, consciência tranquila, tá muito frio aqui em cima, mas tá tudo bem”, disse pouco após sua partida, em conversa com a equipe.
Horas depois de decolar, no entanto, ele telefonou para os bombeiros para dizer que precisava de ajuda para operar um GPS que carregava consigo e, mais tarde, depois de 8 horas viajando, ligou novamente dizendo que iria cair. Parte dos balões foi encontrado no litoral do Santa Catarina.
O padre era considerado um paraquedista experiente e, em janeiro do mesmo ano, já havia realizado um voo teste de 4 horas até a Argentina, também utilizando balões. Ele levava consigo, além de GPS e celular, outros equipamentos de segurança, como paraquedas, salva-vidas e roupas impermeáveis.