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Os relógios que unem o luxo das pedras preciosas com tecnologia de ponta

Retomada do cotidiano renova a indústria relojoeira, que ressurge com cifras impressionantes de recuperação e peças de encher os olhos

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 29 Maio 2022, 08h00

Um dos efeitos do confinamento imposto pela pandemia foi alterar a noção da passagem do tempo — ora estendido em demasia, ora espremido entre quatro paredes. Um outro fenômeno foi o represamento de desejos. Houve menos consumo, mais zelo com o dinheiro, o natural cuidado de quem não via o futuro com clareza. Agora que o cotidiano já pode ser retomado, felizmente, os dois movimentos — a dança dos ponteiros e os anseios reprimidos — ganham novo e interessante contorno. A vontade de viver pode ser traduzida pela força renovada da indústria relojoeira, que ressurge com cifras impressionantes de recuperação e peças de encher os olhos. Segundo a Federação da Indústria Relojoeira Suíça, só nos dois primeiros meses de 2022, o segmento teve um crescimento de 15% nas exportações, em comparação ao faturado no mesmo período de 2021. O total das vendas no ano passado foi de 23,3 bilhões de francos suíços (o equivalente a 121 bilhões de reais), aumento de 31% depois uma contração de 22% em 2020. No Brasil, os números são animadores, fechando 2021 com vendas em torno de 123 milhões de reais.

ADORNO - Modelo da linha Serpenti, da Bulgari: a ideia é não saber onde termina o bracelete e começa o mostrador dos ponteiros -
ADORNO - Modelo da linha Serpenti, da Bulgari: a ideia é não saber onde termina o bracelete e começa o mostrador dos ponteiros – (Bvlgari/.)

O vigor do mercado foi sentido na volta, neste ano, da Watches & Wonders, a principal feira de alta relojoaria. O evento reuniu em Genebra, no mês de abril, as 38 mais poderosas marcas do mundo. A Rolex, líder de vendas no ano passado, apresentou o GMT-Master II, logo alçado à categoria do mais ambicionado. O modelo traz a coroa e a data localizadas do lado esquerdo da peça, na posição das 9 horas, e foi montado com ornamentos cerâmicos nas cores verde e preto. Não demorou muito para que a joia se tornasse motivo de disputa entre os endinheirados. Seu preço sugerido é de 80 000 reais, mas vontade e dinheiro não bastam para adquirir a maravilha. Há uma extensa lista de espera que obedece ao critério de fidelidade, e não ao da ordem de chegada. Isso quer dizer que muita gente pode até ter entrado antes, mas, se não for cliente vip, corre o risco de ficar sem a novidade no pulso. A marca traz ainda uma reedição do Day-Date 40, modelo que a atriz Marilyn Monroe deu ao então presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, com as palavras “JACK, with love as always from MARILYN, May 29th 1962” gravadas. A nova versão é feita com o precioso metal platina 950.

DESEJO - O Rolex (à dir.); um Roger Dubuis com os cavaleiros da Távola Redonda (acima, à esq.); e os diamantes cravejados do Tag Heuer: fila -
DESEJO - O Rolex (à dir.); um Roger Dubuis com os cavaleiros da Távola Redonda (acima, à esq.); e os diamantes cravejados do Tag Heuer: fila – (Rolex; Roger Dubuis; TAG Heuer/.)

A joalheria francesa Cartier ultrapassou a suíça Omega na lista das preferidas tendo como carro-chefe peças cravadas de pedras preciosas, uma tendência seguida por outras grifes, como a Tag Heuer. A italiana Bulgari acaba de lançar a linha Serpenti, composta de quatro modelos feitos inteiramente de metais e gemas deslumbrantes. A Bulgari, aliás, surpreendeu pela inovação. Entre as peças estreladas da relojoaria italiana, destaque para o mecânico mais fino do mundo, Octo Finissimo, com apenas 1,8 mm de espessura, comparável a uma moeda de 20 centavos de euro. A empresa levou três anos para desenvolver o produto, que quebra regras de design de movimento e sugere uma visão tridimensional. O modelo Cavaleiros da Távola Redonda, do suíço Roger Dubuis, traz a figura dos doze cavaleiros da lenda do rei Arthur em uma joia avaliada em 620 000 dólares (cerca de 2,9 milhões de reais).

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arte relógio

Parece não haver dúvida: agora que podemos aproveitar a existência como se deve, a vida como ela era, e não com as necessárias restrições impostas pelo vírus, é o caso de tratar a passagem dos minutos como manda a máxima: tempo é artigo de luxo.

Publicado em VEJA de 1 de junho de 2022, edição nº 2791

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