Licença-maternidade para bebê reborn? Caso em Salvador vai à Justiça
Após ter pedido de afastamento negado pela empresa, mulher entrou na justiça, mas ação foi retirada por conta de repercussão negativa

- Uma mulher entrou com uma ação contra a empresa em que trabalha depois de ter seu pedido para tirar uma licença-maternidade negado. Ela queria se afastar por 120 dias do serviço que exerce em uma empresa de Salvador, na Bahia, para cuidar de um bebê reborn, um boneco realista feito de silicone. A ação foi protocolada na terça, 27, mas após as reações negativas, os advogados decidiram retirar o pedido nesta quinta, 29.
Para justificar a ação, o documento protocolado no Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT-BA) afirmava que a maternidade não é apenas biológica e que a mulher desenvolveu laços de legítimo afeto com a boneca.
Na ação, a mulher pedia salário-família, além do pedido de afastamento, e outros benefícios trabalhistas. Exigia ainda R$ 10 mil por danos morais após ter sido exposta a uma situação vexatória. Depois de ter o pedido de licença negado, ela teria virado motivo de piada entre os colegas.
O caso faz parte de uma série de eventos envolvendo os bebês reborn, que se tornaram um fenômeno especialmente no Brasil nas últimas semanas. Criados na década de 1990, nos Estados Unidos, e inicialmente popularizados entre colecionadores, tornaram-se tema de discussão depois que influenciadoras e celebridades passaram a compartilhar a rotina dw cuidados das bonecas como se fossem crianças de verdade. Nas redes sociais, o debate ficou entre aqueles que defende. a liberdade de cada um cuidar dos bebês reborn como acharem melhor e outra parcela que crítica a atividade. No site das discussões, houve até propostas de leis para evitar que as “mães de bebês reborn” levassem as bonecas para o SUS, correndo o risco de levarem uma multa se prejudicassem o andamento do serviço público.