Game ‘Doom: Dark Ages’ mostra como a franquia segue relevante após três décadas
Novo game da série de tiro em primeira pessoa lançada no início dos anos 1990 mostra frescor e inova ao apostar em combate mais estratégico

A década de 1990 foi muito especial para os games. Foi nesse período que as inovações tecnológicas permitiram aos desenvolvedores criar uma enorme variedade de gêneros. Foi nos anos 1990 que surgiram os jogos de tiro em primeira pessoa, a estratégia em tempo-real e os títulos de terror com pegada de sobrevivência, entre outros. Grandes franquias se estabeleceram nessa época, como Doom, shooter que coloca o jogador no papel do misterioso Doom Slayer, guerreiro que protege a terra de uma invasão de demônios, e que acaba de ganhar um novo capítulo.
Doom: Dark Ages leva a guerra entre a humanidade e as forças do inferno para um novo cenário medieval-tecnológico. Na trama, o Doom Slayer é usado como arma pelos seres humanos para frear o avanço das hordas infernais. Há muito mais história, com diversas cenas entre os momentos jogáveis explicando para onde a história caminha. Para quem aprecia o lado narrativo do game, esse
As principais diferenças, no entanto, estão na jogabilidade. Ao contrário de Doom Eternal, título anterior lançado pela desenvolvedora id Software em 2020, a ação frenética foi substituída por um ritmo mais lento, embora também intenso. Agora, o jogador é equipado com um pesado escudo, usado para bloquear e rebater projéteis, que dá uma nova dinâmica. A própria movimentação do personagem ficou mais lenta, o que força o jogador a ser mais estratégico e criativo nos combates, identificando alvos prioritários em vez de sair atirando para todo lado. Por conta disso, as seções que remetiam a jogos de plataforma no game anterior (um elemento bastante polêmico na época do lançamento) deixaram de existir.
Como em jogos anteriores, cada arma do variado arsenal tem pontos fracos e fortes, o que adiciona outra camada de estratégia. É preciso identificar quais são mais eficazes com cada inimigo e levar isso em conta nas investidas. O mesmo vale para as batalhas contra os chefes. São necessárias algumas tentativas para identificar movimentos, memorizar sequências de ataques e criar um plano de ataque eficaz. E tudo isso faz parte da graça.
Visualmente, o jogo é excelente. Há uma atenção aos detalhes e texturas impressionante. A iluminação é outro ponto de destaque, especialmente nos consoles e PCs mais poderosos. No Xbox Series S, no entanto, a limitada capacidade do hardware faz muita diferença e a experiência de jogo é bastante prejudicada. Os gráficos, tão bons em outros aparelhos, parecem datados e sem definição. Ao menos a performance foi mantida.
Mas Dark Ages é especialmente interessante porque retrata a capacidade da franquia de se reinventar de forma constante e, assim, manter a relevância em um dos mais disputados segmentos da indústria. Depois de revolucionar o gênero nos anos 1990, com um ritmo rápido, trilha sonora empolgante e uma boa história, encontrou outras maneiras de se renovar. Doom 3, de 2004, focava na atmosfera de terror e nos combates em ambientes fechados. Doom, de 2016, foi outra renovação total, com foco na ação e um sistema de aprimoramento do personagem. Doom Eternal foi outra mudança radical, com ação frenética, trilha sonora alucinante e uma dificuldade acima da média. O novo capítulo é mais uma reinvenção da franquia, embora um pouco menos radical.

Embora não alcance o mesmo patamar de Doom Eternal, um dos grandes shooters dos últimos anos, Dark Ages é divertido, envolvente e merece ser jogado.
Doom: Dark Ages já está disponível para PC, Playstation 5 e Xbox Series X/S. No Xbox, ele está disponível no serviço de assinatura Game Pass.