Filme de brasileiro terá vencedores do Oscar e nomes de Hollywood
Dono da estatueta de Melhor Fotografia por "Quem Quer Ser Um Milionário" e ator francês embarcam em projeto comandado por David Schurmann
O mais novo projeto de David Schurmann, diretor de filmes e CEO da iniciativa Voz dos Oceanos, incluirá grandes nomes do cinema internacional. O filme foi inspirado pela história real do pescador brasileiro que, há alguns anos, resgatou um pinguim à beira da morte, coberto de óleo, o que acabou por criar um forte laço entre essa dupla improvável. A amizade entre homem e animal viralizou em 2016, quando foi disseminada pelas redes sociais. O longa, chamado “O Pinguim e o Pescador”, contará com cenas rodadas no Brasil e na Patagônia.
Entre os participantes do projeto, estão Anthony Dod Mantle, vencedor do Oscar e do BAFTA na categoria Melhor Fotografia pelo filme “Quem Quer Ser Um Milionário” e parte de sucessos como “127 Horas” e “O Último Rei da Escócia”; Steven P. Wegner, que traz na bagagem filmes como “Blade Runner 2049” e “Os Suspeitos”; e o ator francês Jean Reno, que será o protagonista da história.
VEJA conversou com Dod Mantle e David Schurmann sobre as expectativas e inspirações do projeto.
O que te atraiu ao projeto?
Anthony Dod Mantle: Geralmente, me atraio por histórias que tenham alguma ligação com a realidade, mas que mantenham a sensação de algo inimaginável. Essa é uma das coisas que o cinema faz de melhor: encontrar a magia até mesmo em um evento cotidiano, com uma nova luz. A história do nosso novo filme desafia a compreensão que o homem tem da natureza animal, e, com isso, esperamos traduzir o enredo em um filme inesquecível.
Esse filme é parecido com os seus trabalhos anteriores?
Anthony Dod Mantle: Ele é semelhante aos outros trabalhos no sentido de que eu costumo gostar de desafios. É isso que cria a minha vontade de construir algo com que a plateia se identifique.
Como foi filmar no Brasil?
Anthony Dod Mantle: Eu nunca havia filmado cenas de drama no Brasil até agora. Hoje, posso ver muita luz e calor, o que me atrai ao país. Sinto na superfície o carisma do brasileiro, mesmo com os muitos problemas que ele enfrenta. O que mais me chama a atenção é conhecer e interagir com colegas e equipes que eu não conhecia, ver pelos seus olhos e corações a forma como eles enxergam o planeta, descobrir o que nós, como artistas, temos em comum, e compartilhar essa história magnífica juntos.
O que você espera da reação da plateia com o novo filme?
Anthony Dod Mantle: Eu nunca tento adivinhar o que o produto final trará, além de ser um filme que será visto por todo o mundo. A internet já comprovou o poder dessa história. Como uma narrativa em si, acredito em seu poder de comunicar com pessoas de todo o planeta. O tempo dirá o que efetivamente levamos ao público.
O que você mais quer mostrar com o filme?
David Schurmann: Quero levar as pessoas a descobrirem as relações entre os seres do nosso planeta. Mostrar que há esperança para essa relação, se nos respeitarmos. Mostrar que algo que parece impossível, é possível.
Por que ir atrás de nomes de Hollywood?
David Schurmann: O curioso é que foi Hollywood que veio atrás de mim, por causa de trabalhos anteriores meus. De imediato, adorei a ideia do filme e embarquei no projeto. Mas precisamos lembrar que o filme é internacional, mais que uma produção de Hollywood.
Qual a importância do novo projeto?
David Schurmann: A importância vem do fato de que se trata de uma história real sobre a incrível relação entre dois seres tão diferentes. Historicamente, estamos em um momento extraordinário, em que começamos a entender que os demais habitantes do planeta têm um valor fundamental. Além disso, eu sempre quis fazer um filme de ficção para que meu filho e minha mãe pudessem ver e se emocionar juntos. E para nós, brasileiros, é mais um espaço que conquistamos na grande indústria cinematográfica. É o Brasil ampliando sua presença nas telas do mundo.