Emoção, celebridades e beijo no chefe: como foi o desfile de despedida de Demna na Balenciaga
Após 10 anos como diretor criativo da grife, ele deixa a marca com coleção impecável e referências ao próprio passado
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9 jul 2025, 17h58
O desfile de alta-costura de outono inverno 2025-2026 da Balenciaga entrou para a história da moda como o ato final de Demna. Em uma apresentação que misturou emoção, espetáculo e uma sutil retrospectiva de seu trabalho nos últimos dez anos à frente da direção criativa da grife espanhola misturada às referências da própria maison, o estilista georgiano se despediu deixando uma marca profunda de provocação.
A coleção, apresentada no tradicional endereço da Balenciaga na Avenue George V, em Paris, mesmos salões usados por Cristóbal Balenciaga, trouxe a efemeridade da beleza e da moda como performance em looks que coordenavam paixões pessoais do estilista, silhuetas dramáticas e construções de design revisitadas dos arquivos do fundador como os vestidos de formas esculturais, trabalhados em formato exagerado de ampulheta, mas leves e estruturados como corsets confortáveis.
Como em toda coleção, as referências pessoais de Demna se fazem presentes: no conjunto pied de poule, por exemplo, que remete a um modelo de 1967 e o look de estampa floral que lembra as toalhas de mesa da época de sua avó. Agora, nesta coleção de alta-costura, ele deixa vir o glamour da antiga Hollywood. Não à toa, um dos momentos mais impactantes foi a entrada de Kim Kardashian, envolta em um modelo justo off-white e casaco de pelúcia, que evoca as silhuetas icônicas da década de 1950 — meio Marilyn Monroe, meio Elizabeth Taylor — mas com um toque fetichista e contemporâneo do novo luxo ligado ao status performático.
Outra aparição de impacto foi Naomi Campbell vestida em um modelo preto brilhante, de caimento impecável (outra qualidade do estilista, exímio costureiro) representando a herança, o poder e a atemporalidade da moda como espetáculo. Ambas personificam duas forças que definiram a era Demna: a tradição reinterpretada e o olhar para a cultura digital. Também teve um quê de manifesto: sobre os limites da moda e a beleza da impermanência.
O desfile encerrou com uma aparição inédita do próprio Demna na passarela (é a primeira vez, em 10 anos) ao lado de François-Henri Pinault, CEO do grupo Kering: ali, recebeu os aplausos finais, deu um beijo no chefe e saiu de cena.
Nesta quinta-feira 10, Demna inicia seu trabalho na direção criativa da Gucci. E a Balenciaga fica por conta de Pierpaolo Piccioli.
Veja os looks do desfile de alta-costura 2025-2026 da Balenciaga:
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