Do Maracatu e Carnaval às enchentes do Sul: Casa de Criadores reforça moda como expressão cultural e social
Desfiles sob o Viaduto do Chá, ações inclusivas e para novos talentos que buscam representatividade e exposições pautaram edição que celebra 27 anos do evento
Nesta terça-feira 10, termina a 55ª edição da Casa de Criadores, evento que celebra 27 anos como um dos maiores do Brasil a reforçar a moda autoral como instrumento de expressão cultural e social. Realizado no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, apresentou desfiles no vão do Viaduto do Chá, exposições, workshops e fashion films, além de ações como o 3º Desafio Sou de Algodão + Casa de Criadores, o Moda Inclusiva, que desenvolveu soluções criativas para adequar a moda às necessidades de pessoas com deficiência (PCDs), e o Talentos Senac Moda, que ressaltou novos talentos que buscam promover representatividade.
A Casa de Criadores contou ainda com 10 marcas estreantes, entre eles o alagoano Anderson George, com a coleção Corte Celestial, baseada no Maracatu pernambucano, em que destacou o macramê e looks com arabescos carnavalescos e lantejoulas como o desfilado pela modelo Gabriele Marinho, conterrânea do designer.
Entre os veteranos, destaque para Mateos e Gui, dupla de estilistas da Mateos Quadros, que em uma coleção cheia de simbolismos, trouxeram várias referências às enchentes de sua terra natal, o Rio Grande do Sul – das madeiras descartadas pelas ruas das cidades, que inspiraram detalhes e pulseiras até uma bolsa em formato de cavalo, em menção ao cavalo Caramelo, que virou símbolo da tragédia – tudo construído em impressão 3D.
Também para as coleções de Leandro Benites, que inspirado no “flerte”, trouxe elementos românticos como corações e flores e corações para dentro de sua estética urbana e futurista; e da Ken-gá, com moda dedicada ao Carnaval, da festa em que a ordem é se divertir até o final dos tempos, retratados em metáforas ligadas aos problemas climáticos e ameaças nucleares.
Veja os looks: